segunda-feira, 19 de março de 2018

MERCADOS FICAM EM COMPASSO DE ESPERA POR CORTE DA SELIC E ALTA DOS FED FUNDS

O investidor tem pela frente uma semana de agenda robusta para guiar os negócios. Na quarta-feira são esperadas as decisões de política monetária do Federal Reserve e do Banco Central brasileiro e, no dia seguinte, do BC inglês. Nos Estados Unidos, a expectativa é de que o Fed volte a elevar juros, em 0,25 ponto porcentual, para 1,75%, o que seria o primeiro ajuste desde dezembro, mas o mercado ficará atento principalmente a sinais sobre quantas vezes o BC americano poderá aumentar suas taxas básicas em 2018. Alguns analistas avaliam que haveria espaço para quatro e não apenas três altas dos Fed Funds este ano. No Brasil, espera-se que o Copom reduza a Selic novamente em 0,25 pp, para 6,50%, e sinalize se o ciclo de afrouxamento monetário chegou ao fim ou deixe a porta aberta para mais um corte em maio. Outro dado importante na agenda local será o IPCA-15 de março, que será conhecido na sexta-feira. Hoje, tem o IBC-Br de janeiro e as atenções estarão ainda no início da reunião do G-20, em Buenos Aires, Argentina, onde estarão o presidente do BC, Ilan Goldfajn, e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. No fim de semana, Meirelles disse que o governo poderá liberar recursos do Orçamento da União na quinta-feira, quando será publicado o relatório bimestral de reavaliação de receitas e despesas. Nos EUA, o Congresso deve divulgar neste início de semana um projeto de lei que financie o governo até outubro para evitar a paralisação, após terem aprovado um acordo orçamentário de dois anos no mês passado. A violência no Rio também está no foco em meio à intervenção militar imposta pelo presidente Temer e após o assassinato, na semana passada, da vereadora do PSOL, Marielle Franco. O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou no domingo que o governo vai publicar uma medida provisória para abrir crédito extraordinário para a segurança pública do Rio. Ele não citou o valor extato, mas afirmou que deve ultrapassar R$ 1 bilhão. Temer determinou que uma definição seja feita até sexta-feira. Já o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que seja analisada pelo plenário a ação que questiona a intervenção federal no Rio de Janeiro, após receber ação ajuizada pelo PSOL. No pedido, o partido de oposição ao governo pede a concessão de medida cautelar suspendendo os efeitos do decreto de intervenção.

Copom e IPCA-15 são destaque da semana - A agenda local desta semana tem como destaque a reunião de política monetária do Comitê de Política Monetária (Copom), que anuncia sua decisão sobre a taxa básica de juros na quarta-feira. Os investidores também estarão de olho no IPCA-15 de março, que será conhecido apenas na sexta-feira. Hoje, o principal indicador do dia é o IBC-Br de janeiro, às 8h30, que deve começar o ano no negativo, conforme expectativas coletadas pelo Projeções Broadcast. Ante dezembro com ajuste sazonal, o intervalo de 28 estimativas vai de queda de 2,60% a expansão de 0,20%, com mediana negativa de 0,80%. Em dezembro de 2017, o resultado foi de crescimento de 1,41%. Entre os eventos, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, participam da reunião do G-20 em Buenos Aires. No Supremo Tribunal Federal (STF), assuntos polêmicos como o auxílio-moradia dos juízes e o procedimento de condução coercitiva para interrogatórios são os temas em pauta nesta semana.

Exterior tem reunião do Fed e do BoE - Principal evento desta semana, a decisão de política monetária do Federal Reserve será anunciada na quarta-feira, quando também serão apresentadas projeções para a economia norte-americana. No dia seguinte, é a vez do Banco da Inglaterra (BoE) comunicar sua decisão de juros. Entre os indicadores o destaque é a leitura preliminar dos índices de gerentes de compras (PMIs, na sigla em inglês) da zona do euro, da Alemanha e dos Estados Unidos, que serão divulgados pela IHS Markit na quinta-feira. Hoje a agenda é fraca e prevê apenas um discurso do presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic em conferência sobre reinvestimento em Miami, na Flórida, a partir das 10 horas.

IPC-Fipe tem deflação menor na 2ª prévia de março - O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, caiu 0,23% na segunda quadrissemana de março, desacelerando o ritmo de queda em relação à primeira quadrissemana do mês, quando havia recuado 0,42%, segundo dados publicados hoje pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Doria vence prévias e disputará governo de SP pelo PSDB - O prefeito de São Paulo, João Doria, venceu neste domingo, em primeiro turno, as prévias do PSDB Estadual com 80,45% do total de quase 13 mil votos válidos, e vai disputar o governo de São Paulo pelo partido. Confirmou-se, portanto, o que o grupo de Doria previa.

IIF: risco de escalada de tensões comerciais deve dominar G-20 - O risco de escalada das tensões comerciais na economia mundial deve dominar o encontro ministerial do G-20, que reúne os países mais ricos do mundo e começa hoje, na Argentina. "O temor de um sistema de comércio internacional fragmentado provavelmente ficará no topo da lista de preocupações dos ministros", afirma relatório do Instituto Internacional de Finanças (IIF), que reúne os 500 maiores bancos do mundo e que faz em Buenos Aires a partir deste domingo um encontro paralelo ao G-20.

Defesa de Lula diz que houve cooperação irregular entre Brasil e EUA na Lava Jato - A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região o que chamou de novas provas que mostram cooperação ilícita entre Força Tarefa da Lava Jato e autoridades norte-americanas. De acordo com os defensores, declarações de um procurador americano sobre cooperação internacional "baseada em confiança" e "fora dos procedimentos oficiais" em evento público ensejariam em nulidade do processo em que o petista foi condenado no caso tríplex.

MERCADOS NA RETRANCA

Europa e futuros de NY em baixa à espera de Fed e BoE - As principais bolsas da Europa e os índices futuros em Wall Street operam em queda nesta manhã, refletindo o ambiente de cautela antes da reunião de política monetária do Federal Reserve, que deve elevar na quarta-feira a taxa básica de juros locais para 1,75%. A previsão é a de que o banco central norte-americano também sinalize seus próximos passos e abra caminho para até mais três elevações ao longo deste ano, fazendo com que alguns investidores prefiram o porto seguro dos Treasuries ao mercado acionário. Na quinta-feira, é a vez de o Banco da Inglaterra (BoE) anunciar sua decisão de política monetária. Às 7h25, a Bolsa de Londres caía 1,27%, enquanto Frankfurt cedia 0,92%. O euro subia a US$ 1,2296, de US$ 1,2290 no fim da tarde de sexta-feira. O Dow Jones futuro operava em baixa de 0,50%, o S&P 500 futuro exibia queda de 0,52%, e Nasdaq futuro, desvalorização de 1,38%.

Superávit comercial da zona do euro desacelera - A zona do euro teve superávit comercial de 19,9 bilhões de euros em janeiro, menor do que o saldo positivo de 23,2 bilhões de euros registrado em dezembro, segundo dados com ajustes sazonais da Eurostat. As exportações do bloco caíram 0,7% em janeiro ante o mês anterior, mas as importações subiram 1,1%. Sem ajustes, a zona do euro registrou superávit na balança comercial de 3,3 bilhões de euros em janeiro, revertendo déficit de 1,4 bilhão de euros observado em igual mês do ano passado.

Bolsas da Ásia sem direção única - As bolsas asiáticas fecharam sem direção única e com volume de negócios reduzido nesta segunda-feira, refletindo o ambiente de cautela na região antes da reunião de política monetária do Federal Reserve, amanhã e quarta-feira. No Japão, pesaram também preocupações com o escândalo político envolvendo a primeira-dama do país, Akie Abe. O índice Nikkei caiu 0,90% na Bolsa de Tóquio. Na China, por outro lado, o Xangai Composto subiu 0,29%, e o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 0,27%. O Hang Seng teve alta de 0,04% em Hong Kong, enquanto o sul-coreano Kospi recuou 0,76% em Seul. Na Oceania, O S&P/ASX 200 avançou 0,17% em Sydney, a 5.959,40 pontos.

Iene se fortalece ante dólar com discussão de escândalo no parlamento japonês - O iene se fortaleceu ante o dólar durante a madrugada desta segunda-feira, quando houve uma discussão no Parlamento do Japão sobre um escândalo envolvendo a venda irregular de um terreno público com suposta participação da primeira-dama do país, Akie Abe. Falando a parlamentares, o primeiro-ministro Shinzo Abe voltou a negar que ele ou sua esposa tenham cometido alguma irregularidade. Às 7h25, o dólar estava praticamente estável, a 106,09 ienes, de 106,08 ienes no fim da tarde de sexta-feira, depois de chegar a ser negociado mais cedo a 105,67 ienes.

Petróleo opera em baixa moderada - Os contratos futuros de petróleo operam em baixa moderada na madrugada desta segunda-feira, à medida que os investidores ponderam que a commodity acumulou ganhos em quatro das últimas cinco semanas apesar dos recordes de produção nos EUA. Às 7h25, o barril do Brent para maio caía 0,33% na ICE, a US$ 65,99, enquanto o do WTI para o mesmo mês recuava 0,34% na Nymex, a US$ 62,20.

Xi Jinping é reconduzido presidente da China, sem limite para número de mandatos - O presidente da China, Xi Jinping, foi reconduzido ao cargo, sem limites para o numero de mandatos em que pode servir. Em cerimônia do Congresso do Povo da China, numa votação unânime, Xi foi reconduzido a mais um mandato de cinco anos. Wang Qishan, aliado de Xi, foi apontado como vice-presidente.

Yi Gang é confirmado presidente do PBoC - Após reconduzir ao cargo o presidente da China, Xi Jinping, e o primeiro-ministro, Li Keqiang, o Congresso Nacional do Povo nomeou o gabinete de governo de Xi. Como esperado, Yi Gang foi escolhido o novo presidente do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês), substituindo Zhou Xiaochuan, que comandou o banco central chinês por uma década e meia. O Congresso também reelegeu o número dois do Partido Comunista, Li Keqiang, para o cargo de primeiro-ministro do país, mantendo-o no poder por mais cinco anos.

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