O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, segue no foco dos mercados nesta manhã e impõe cautela ao negócios em meio às renovadas incertezas com o cenário político americano, que somam-se aos temores diante da escalada protecionista de Washington. Nesta manhã, os investidores repercutem a informação de que foi demitido o conselheiro de Segurança Nacional, Herbert Raymond McMaster, segundo informação do The Washington Post, o que limita a alta das bolsas e faz o dólar se enfraquecer ante moedas principais. De acordo com o jornal, Trump poderá desligar outros funcionários da Casa Branca em breve. A reconfiguração vem na esteira da renúncia do conselheiro econômico da Casa Branca, Gary Cohn, que se opunha à decisão do presidente de impor tarifas às importações de metais, e da demissão do secretário de Estado, Rex Tillerson, que deixa o cargo no fim do mês. Outro fator que deve trazer volatilidade aos negócios em Wall Street hoje é o quadruple witching, vencimento simultâneo de futuros de índices, futuros de ações, opções sobre índice e opções sobre ações nas bolsas de Nova York. No Brasil, a cautela vinda do exterior deve continuar pressionando a Bovespa, que vem em movimento de realização de lucros recentes e ontem fechou em queda de 1,30%, descolada do exterior. A agenda local é fraca, o que tende a aumentar o contágio do cenário internacional nos negócios, mas também haverá influência técnica do vencimento de opões sobre ações, na segunda-feira. No front corporativo, o destaque é a compra do controle da Fibria pela Suzano, com participação do BNDES. Embora sem impacto nos mercados, em todo o Brasil repercutem atos em homenagem à vereadora do PSOL Marielle Franco, assassinada anteontem, no Rio de Janeiro. Diante das manifestações nas ruas ontem, políticos, empresários e membros do Judiciário cobraram uma rápida investigação do caso. Em encontro na capital fluminense, o procurador-geral de Justiça do Rio, Eduardo Gussem, e a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, definiram que a Polícia Federal irá auxiliar as investigações, mas a chefia ficará a cargo da Polícia Civil do Estado do Rio, que trata o caso como execução.
Produção industrial dos EUA no foco - A agenda desta sexta-feira tem como destaque os dados da produção industrial dos Estados Unidos em fevereiro (9h30), que deve mostrar alta de 0,4% na margem, após queda de 0,1% em janeiro, segundo estimativas de analistas. Serão conhecidos ainda o índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan (11h00). Ocorre o Quadruple Witching, vencimento simultâneo de futuros de índices, futuros de ações, opções sobre índice e opções sobre ações (17h00). No Brasil, em a pesquisa mensal de serviços do Brasil de janeiro (8h00). O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, viaja a Buenos Aires para encontros de presidentes de bancos centrais. O BC faz leilão de até 14 mil contratos de swap cambial (US$ 700 milhões) para rolagem dos vencimentos de abril (11h30).
Suzano acerta compra do controle da Fibria - A Suzano acertou a compra do controle da Fibria em uma reunião na madrugada desta sexta-feira, com participação do BNDES. Ao propor a combinação de ativos com a Fibria, a Suzano não teria entraves, uma vez que as negociações envolvem grupos brasileiros. Os maiores acionistas da Fibria são a família Votorantim e o braço de participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDESPar). Do lado da Suzano, a família Feffer é a maior acionista.
Marun diz que vai se licenciar do cargo para apresentar pedido de impeachment de Barroso - O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse ontem que está decidido a se licenciar do cargo para apresentar um pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, e o acusou de estar abusando de sua autoridade e evidenciando uma posição político-partidária. Marun destacou que está tendo auxílio de juristas para elaborar a representação e disse que a Constituição prevê que compete ao Senado processar e julgar os ministros do STF nos crimes de responsabilidade.
Governo adia desbloqueio do Orçamento - O governo federal preferiu a cautela e decidiu não fazer neste momento um desbloqueio de recursos do Orçamento. Apesar da forte arrecadação nos primeiros meses do ano, a Junta de Execução Orçamentária (JEO), colegiado que reúne os ministros da Fazenda, Planejamento e Casa Civil, avaliou ontem que há muitos riscos fiscais ainda no radar. Foi uma medida preventiva, disse um integrante da equipe econômica. A expectativa inicial do governo era que havia espaço para uma liberação pequena "bem abaixo" de R$ 10 bilhões, disse outra fonte. Segundo apurou o Broadcast, uma das preocupação é que não se sabe ainda a necessidade de recursos para bancar a intervenção federal no Rio de Janeiro.
EXTERIOR SEM TRAÇÃO
Bolsas da Europa e futuros de NY mistas - As bolsas europeias e futuros de Nova York operam sem direção única e com fôlego limitado nesta sexta-feira, com investidores já à espera da decisão de política monetária do Federal Reserve, na próxima quarta-feira. Além disso, os mercados seguem com alguma cautela em meio ao modo de governar do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O republicano decidiu demitir seu conselheiro de Segurança Nacional, Herbert Raymond McMaster, na mesma semana em que demitiu o secretário de Estado, Rex Tillerson. Há ainda a questão da suposta interferência da Rússia na campanha presidencial dos EUA em 2016 voltou à tona e inibiu o apetite por risco dos investidores na Ásia. Às 7h20, o euro subia a US$ 1,2322, de US$ 1,2308 no fim da tarde de ontem. A Bolsa de Londres tinha alta de 0,09%, a de Paris avançava caía 0,06% e a de Frankfurt subia 0,32%. O Dow Jones futuro recuava 0,10%. O S&P500futuro operava estável e o Nasdaq futuro estava em +0,01%.
Principais bolsas da Ásia fecham em baixa com incertezas nos EUA - As principais bolsas asiáticas fecharam em baixa nesta sexta-feira, em meio a preocupações com o cenário político nos EUA, que se somam aos temores causados pelas últimas manobras comerciais de Washington. Na China, o Xangai Composto caiu 0,65% e o menos abrangente Shenzhen Composto recuou 0,61%. Já em Hong Kong, o Hang Seng teve leve queda de 0,12%. Algumas bolsas menores da Ásia, no entanto, tiveram ganhos modestos, como em Seul, onde o sul-coreano Kospi subiu 0,06%. Na Oceania, o S&P/ASX 200 teve valorização de 0,48% na bolsa de Sydney, graças ao bom desempenho de grandes mineradoras. Às 7h20, o dólar caía a 105,67 ienes, de 106,23 ienes no fim da tarde de ontem.
Parlamento japonês confirma Kuroda no BoJ e aprova novos vice-presidentes - O Parlamento do Japão aprovou a nomeação de Haruhiko Kuroda para um segundo mandato de cinco anos como presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) e as indicações dos dois novos vice-presidentes da instituição, Masazumi Wakatabe e Masayoshi Amamiya. A nova liderança indica que o banco central japonês continuará implementando sua agressiva política de estímulos monetários.
Petróleo opera em alta marginal - Os contratos futuros de petróleo operam em leve alta nesta manhã, após exibirem leves ganhos na sessão anterior em reação ao tom mais positivo da Agência Internacional de Energia (AIE) em seu último relatório mensal sobre a commodity. Ontem, a AIE elevou sua projeção de crescimento da demanda global por petróleo, com a avaliação de que esse fator deverá ajudar a compensar a forte expansão da produção nos EUA e garantir o equilíbrio do mercado. Às 7h20, o barril do Brent para maio subia 0,11% na ICE, a US$ 65,19, enquanto o do WTI para o mesmo mês avançava 0,26% na Nymex, a US$ 61,35.
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