quinta-feira, 29 de março de 2018

FIQUE DE OLHO EM BANCOS, JBS, CEMIG, LIGHT E BRASKEM

No último pregão do mês de março, os investidores devem ficar atentos aos bancos, depois que o Banco Central reduziu as alíquotas dos depósitos compulsórios na intenção de reduzir o custo do crédito. Outra medida aprovada ontem pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é a proibição de qualquer tipo de limitação à atuação de instituições como PayPal e Nubank, para estimular a concorrência. Entre os balanços divulgados, destaques para JBS, Cemig e Braskem. A Oi adiou a divulgação de seus números para o dia 12 de abril.

Braskem 
A Braskem anunciou nesta manhã lucro líquido de R$ 386 milhões atribuível a acionistas no quarto trimestre de 2017, revertendo prejuízo de R$ 2,5 bilhões no mesmo período do ano anterior. O lucro líquido consolidado foi de R$ 313 milhões, ante prejuízo de R$ 2,617 bilhões. No acumulado de 2017, o resultado foi respectivamente de R$ 4,083 bilhões e R$ 4,113 bilhões, ante prejuízos de R$ 411 milhões atribuível a acionistas e R$ 729 milhões consolidado em 2016.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no último trimestre de 2017 no critério ajustado somou R$ 2,952 bilhões, 24% acima do quarto trimestre de 2016, com margem quatro pontos porcentuais maior, de 23,4%. No ano, o Ebitda ajustado foi a R$ 12,334 bilhões, 7% maior que em 2016, e com margem de 25,0%, maior que a de 24,1% antes.

As vendas de resinas (PE, PP e PVC) da Braskem no mercado brasileiro diminuíram 2% no quarto trimestre de 2017 em relação ao trimestre imediatamente anterior, somando 892 mil toneladas. No ano, o volume de vendas no mercado brasileiro atingiu 3,5 milhões de toneladas, superando em 4% o informado em 2016 e com recorde histórico no volume de vendas de polietileno (PE). O market share da Braskem foi de 70% no último trimestre do ano e 69% em 2017.

Bancos 
O Banco Central reduziu as alíquotas de recolhimento dos depósitos compulsórios à vista e de poupança exigidos das instituições financeiras. As medidas, que foram aprovadas pelo CMN ontem, terão o impacto de liberar R$ 25,7 bilhões ao Sistema Financeiro Nacional.

A alíquota para os depósitos à vista foi reduzida de 40% para 25%. Já as alíquotas dos depósitos da poupança foi reduzida de 24,5% para 20% e, no caso da poupança rural, de 21% para 20%. Segundo o Banco Central, a medida traz a alíquota dos depósitos de poupança aos níveis históricos praticados nos anos anteriores às crises de 2008 e têm o potencial para "induzir a redução do custo do crédito".

O CMN aprovou resolução para estimular a concorrência na oferta de serviços financeiros, vedando que os bancos impeçam ou limitem a atuação de instituições de pagamento - como PayPal e Nubank - em diversas operações.

A resolução trata dos débitos autorizados pelos titulares de contas de depósito ou de pagamento, da emissão de boletos de pagamentos, das transferências entre contas de uma mesmo instituição, e de TEDs e DOCs.

Oi 
A Oi adiou a publicação do seu balanço referente ao quarto trimestre de 2017 para o dia 12 de abril, e não mais hoje, como havia sido informado anteriormente.

A tele explicou, por meio de fato relevante publicado há pouco, que a postergação decorre da complexidade dos impactos do processo de recuperação judicial e da aprovação e homologação do seu plano de reestruturação sobre a elaboração das demonstrações financeiras, bem como do parecer dos auditores independentes. Os efeitos contábeis acumulados a serem registrados no patrimônio líquido da companhia de 2017 terão um impacto negativo de aproximadamente R$ 21 bilhões.

Light 
A decisão da Light de convocar uma assembleia geral extraordinária (AGE) para discutir o aumento do limite do capital autorizado da companhia em cerca de 100 milhões de ações, para 300 milhões de ações ordinárias, não está relacionada a um possível "plano B" da companhia e de sua controladora Cemig à venda da fatia detida pela estatal mineira na empresa fluminense. A afirmação foi repetida pelo menos três vezes durante teleconferência com analistas e investidores realizada ontem. Segundo diretor presidente da Light SA, Luis Fernando Paroli Santos, que já foi da diretoria da Cemig, a Light segue no plano de desinvestimentos da estatal mineira e a mudança no estatuto para o aumento do capital autorizado seria apenas "modernização" do documento.

A avaliação por parte do mercado de que o aumento de capital autorizado poderia ser uma alternativa para a Cemig derrubou as ações da Light no pregão ontem, encerrando o dia em queda de 12%. O diretor de finanças da Light, Roberto Barroso, comentou que a companhia está analisando "janelas de mercado" para realizar novas emissões e rolar dívidas com vencimento em 2019.

CPFL 
A CPFL Energia propõe à assembleia de acionistas que irá se realizar em 27 de abril a distribuição de dividendos no montante global de R$ 280.190.721,14, que corresponde a R$ 0,275259517 por ação. Os dividendos, salvo deliberação em contrário da Assembleia Geral, são pagos no prazo máximo de 60 dias contados da data da deliberação a acionistas no dia da assembleia.

Biosev 
A Biosev firmou "instrumentos preliminares" (Term Sheets) com 11 instituições financeiras, brasileiras e internacionais, para a extensão e renovação de parte de seu endividamento bancário, no valor agregado de R$ 3,66 bilhões, ou 67% do endividamento bancário total da companhia de 31 de dezembro de 2017.

Em entrevista ao Broadcast Agro, o presidente da Biosev, Rui Chammas, confirmou um aporte de US$ 1,05 bilhão, ou R$ 3,46 bilhões, feito na companhia pelo seu controlador, o Grupo Louis Dreyfus. Segundo ele, o aporte do conglomerado francês funcionará como "um adiantamento" no processo de aumento de capital da Biosev, de até R$ 4,793 bilhões, que deverá contar com a participação de acionistas minoritários da empresa produtora de açúcar, etanol e bioenergia.

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