quarta-feira, 18 de abril de 2018

FIQUE DE OLHO EM ELETROPAULO, ELETROBRAS, BRF E WEG

O setor elétrico permanece no centro das atenções nesta quarta-feira, com o mercado atento às próximas cartadas na disputa pela Eletropaulo. As ações da distribuidora de energia paulista saltaram 25% ontem, com o anúncio de mais duas propostas pela empresa. O valor da negociação pode chegar a quase R$ 6 bilhões entre compra dos papéis no mercado e aporte de capital na empresa.

No setor elétrico outro destaque é a forte resistência que o processo de privatização da Eletrobras tem enfrentado no Congresso. A venda das seis distribuidoras da empresa, originalmente prevista para maio, deverá atrasar por causa do Tribunal de Contas da União (TCU).

Os investidores ainda seguem atentos à disputa interna entre os principais sócios da BRF para a formação de uma novo conselho de administração. Para Luiz Fernando Furlan, que está na disputa para assumir a direção do conselho, é possível chegar a algum tipo de acordo. Olho também em Weg, que divulga resultados do primeiro trimestre de 2018 antes da abertura do mercado.

Eletropaulo
Nos últimos dias, três companhias - Enel, Energisa e Neoenergia - têm se revezado na apresentação de propostas para comprar a Eletropaulo, maior concessionária de energia elétrica da América Latina, cujos principais acionistas são AES Corporation e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A oferta feita pela italiana Enel de R$ 28 por ação da Eletropaulo em uma oferta pública voluntária de ações pode ter determinado o passo definitivo para a empresa assumir o controle da maior distribuidora de energia do País, ampliando de forma significativa sua presença no País. Fontes consultadas pelo Broadcast avaliam que o preço ofertado é bastante elevado, o que retira o apetite de rivais e pode determinar a saída de outros competidores da disputa.

Aos R$ 28/ação, Energisa - que no início de abril havia lançado uma OPA a R$ 19,38 - teria abandonado a disputa, segundo fonte próxima à empresa. No início da noite, a companhia divulgou um fato relevante reiterando o "caráter imutável e irrevogável" de sua oferta, 30,8% abaixo do lance da Enel. Ainda antes disso, a Equatorial, que também chegou a analisar o ativo e esboçar a intenção de fazer uma proposta, desistiu da competição, segundo pessoas próximas à empresa. Já a Neoenergia, que na manhã desta terça-feira parecia liderar a disputa pela Eletropaulo, com um acordo de investimento fechado com a distribuidora para participar de uma oferta primária de ações a um preço de R$ 25,51 por ação, também estava inclinada a desistir da competição. Fontes próximas à companhia indicaram que o martelo ainda não foi batido, mas havia uma inclinação a também deixar a disputa. Até o início da noite, as alternativas ainda estavam sendo estudadas.

Eletrobras
A expectativa agora é que a venda das subsidiárias da Eletrobras seja adiada para junho. Além disso, mesmo após reuniões no Planalto, a oposição dominou os trabalhos na Câmara durante audiência pública com o presidente da empresa, Wilson Ferreira Jr. Em mais de quatro horas de discussões, apenas os deputados Darcisio Perondi (MDB-RS) e Alceu Moreira (MDB-RS) defenderam a proposta, considerada prioritária pelo governo.

Cabe ao TCU dar o aval final ao edital de licitação da venda das distribuidoras. Ontem, o ministro José Múcio Monteiro reconheceu que há mais dificuldades em aprovar projetos de privatização às vésperas das eleições. Ele prevê pelo menos mais um mês para que o órgão possa avaliar o processo: “Em ano eleitoral, as coisas funcionam com mais dificuldades”.

O governo pretendia licitar no dia 21 de maio as seis distribuidoras da Eletrobrás, que atuam em Alagoas, Acre, Rondônia, Piauí, Amazonas e Boa Vista. Com a sinalização do TCU, não será mais possível manter a data. Considerado o intervalo padrão de 45 dias entre a publicação do edital e o leilão, a venda só será concretizada em junho, numa estimativa otimista.

BRF
Luiz Fernando Furlan, que concorre para ser o novo presidente do conselho de administração em substituição a Abilio Diniz, afirmou ontem que gostaria de se colocar "como parte da solução" para o conflito entre os principais acionistas da companhia de alimentos.

Questionado se era possível chegar a um acordo de chapa única antes da assembleia de acionistas do dia 26, Furlan, disse que é otimista e que acredita que sim. O executivo, porém, disse que a intermediação nas negociações não estava produzindo os resultados necessários, dando a entender que acabou se afastando. "Neste momento, não sei como estão as negociações", afirmou.

Furlan, que é herdeiro da família fundadora da Sadia e conselheiro da BRF, foi indicado ao cargo na chapa lançada com apoio do próprio Abilio e da gestora Tarpon em oposição à registrada pelos fundos de pensão do Banco do Brasil (Previ) e da Petrobrás (Petros) - a chapa dos dois fundos trazia o nome de Furlan, mas não para o comando do colegiado.

Além da falta de consenso para indicações no conselho, a BRF também segue penalizada pela expectativa de que a União Europeia (UE) anunciará hoje a suspensão de compra de carne de frango de frigoríficos brasileiros.

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, já anunciou que o País entrará com um painel na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra o bloco econômico. O Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo, com 4,3 milhões de toneladas vendidas no ano passado - 7,5% disso teve a União Europeia como destino, atrás de mercados como Oriente Médio e Ásia.

De acordo com o ministro, a Comissão Europeia não aceitou os apelos feitos pela missão brasileira que esteve em Bruxelas, na Bélgica, na semana passada, para contornar a ameaça de suspensão de importações do produto da BRF e de outras companhias do setor.

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