Clara Averbuck, escritora de 38 anos, publicou em seu Facebook que foi estuprada por um Uber em São Paulo, quando estava voltando para casa depois de ter bebido umas a mais. O caso percorreu os quatro cantos da internet, trazendo à tona o assunto do assédio e abuso sexual cometido por motoristas de serviços de transporte de passageiros contra mulheres. O resultado foi a criação da hashtag #MeuMotoristaAbusador, que já reúne diversos depoimentos do tipo nas redes sociais.
Casos vão de cantadas a ameaças
Apesar de o estupro cometido contra a escritora ter acontecido em uma corrida com o Uber, a hashtag já reúne depoimentos de diversas mulheres que sofreram violência sexual também em outras modalidades, como os táxis, pedindo ou não a corrida por meio de um aplicativo, como o 99.
Entre os relatos, que crescem a todo instante, estão denúncias que vão desde cantadas aparentemente inofensivas, como “você é muito bonita”, até investidas físicas, como passadas de mão nas pernas das passageiras, ou, até mesmo, o impedimento de abrir a porta enquanto não desse atenção para o abusador. Algumas mulheres contam que passam números falsos de telefone para o motorista liberar a abertura da porta; já outras, que não puderam evitar que o motorista as chamassem pelo WhatsApp (já que o Uber, por exemplo, dá acesso ao número de celular do passageiro para o motorista caso haja necessidade de contato), contam que receberam cantadas e até ameaças pelo mensageiro.
Confira alguns relatos preocupantes, que evidenciam não somente uma falta de treinamento dos motoristas por parte das empresas que os contratam, como também escancara a cultura do estupro, o machismo e a violência naturalizada contra a mulher:
Fui deixada na Ramiro Barcelos de madrugada sozinha pelo taxista porque não deixei ele passar a mão na minha perna #MeuMotoristaAbusador— Ohana (@_0nana) August 28, 2017
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