quinta-feira, 5 de abril de 2018

Assédios, abusos e estupros escandalizam Uber



A Uber vem se envolvendo em uma série de escândalos recentemente, incluindo denúncias de assédio e bullying em seus escritórios nos Estados Unidos, além de relatos de estupro cometido por motoristas em vários países do mundo. O mais famoso deles aconteceu na Índia, sendo que um ex-executivo da companhia chegou a ser demitido por ter obtido, de maneira ilegal, os registros médicos da vítima. Aqui no Brasil, relatos de que a qualidade do serviço vem caindo pouco a pouco pipocam constantemente nas redes sociais, mas um caso de estupro dominou o noticiário nesta semana.
Clara Averbuck, escritora de 38 anos, publicou em seu Facebook que foi estuprada por um Uber em São Paulo, quando estava voltando para casa depois de ter bebido umas a mais. O caso percorreu os quatro cantos da internet, trazendo à tona o assunto do assédio e abuso sexual cometido por motoristas de serviços de transporte de passageiros contra mulheres. O resultado foi a criação da hashtag #MeuMotoristaAbusador, que já reúne diversos depoimentos do tipo nas redes sociais.

Casos vão de cantadas a ameaças

Apesar de o estupro cometido contra a escritora ter acontecido em uma corrida com o Uber, a hashtag já reúne depoimentos de diversas mulheres que sofreram violência sexual também em outras modalidades, como os táxis, pedindo ou não a corrida por meio de um aplicativo, como o 99.
Entre os relatos, que crescem a todo instante, estão denúncias que vão desde cantadas aparentemente inofensivas, como “você é muito bonita”, até investidas físicas, como passadas de mão nas pernas das passageiras, ou, até mesmo, o impedimento de abrir a porta enquanto não desse atenção para o abusador. Algumas mulheres contam que passam números falsos de telefone para o motorista liberar a abertura da porta; já outras, que não puderam evitar que o motorista as chamassem pelo WhatsApp (já que o Uber, por exemplo, dá acesso ao número de celular do passageiro para o motorista caso haja necessidade de contato), contam que receberam cantadas e até ameaças pelo mensageiro.
Confira alguns relatos preocupantes, que evidenciam não somente uma falta de treinamento dos motoristas por parte das empresas que os contratam, como também escancara a cultura do estupro, o machismo e a violência naturalizada contra a mulher:
Eu recebi msg do motorista do app dizendo q era gostosa. Eu disse q iria denunciá-lo. Ele disse q sabia onde eu morava.
motorista do táxi ficou falando do qto eu era linda e sexy e q adorava sexo c/grávidas.Eu tava de grávida de 7 meses
Peguei táxi bêbada, com umas amigas. Fui a última. O motorista perguntou se eu não queria ir para "outro lugar".
Já peguei um táxi, ele parou antes da portaria e me obrigou a dar meu n° pra abrir a porta. Ficou me ligando sem parar
Indo pro velório da minha vó, com um bebê no colo, ele foi abrir a porta pra mim e passou a mão na minha coxa.
Depois de me cercar disse q a corrida ficaria de graça se eu desse um beijo nele e agarrou meu braço, gritei minha mãe

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