A cautela volta a dominar os mercados globais, com a maioria das bolsas em queda na Europa, futuros de Nova York e Ásia - em reação à saída do governo de Gary Cohn, o principal assessor econômico do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O pedido de demissão ocorreu cinco dias após Trump ter anunciado o plano de impor tarifas unilaterais sobre a importação de aço e alumínio. Cohn, que estava no cargo desde o inicio do governo Trump, era um dos membros do governo americano com melhor trânsito no mercado financeiro e crítico de medidas protecionistas. A renúncia é vista como sinal de que Trump irá adiante com a tarifação de 25% nas importações do aço e 10% nas de alumínio, e reacendeu temores sobre uma eventual guerra comercial internacional. A agenda do dia traz o relatório de criação de emprego privado nos EUA, a pesquisa ADP, a dois dias de ser conhecido o dado oficial de emprego do país, o payroll, além do Livro Bege e discursos de dirigentes do Federal Reserve. No Brasil, antes do IPCA de fevereiro, que sai na sexta-feira, o mercado fará a leitura do IGP-DI de fevereiro, que deve mostrar desaceleração dos preços, assim como outros índices recentes. No radar está também a Petrobras. Assessores do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, garantiram ontem à coluna Bom dia Mercado (BDM) que, em nenhum momento, o ministro falou de alterações na política de paridade da estatal. Quando Meirelles falou ontem sobre estudos para "aumentos de gasolina que não afetem tanto o consumidor" ele se referia a preços nas bombas e não nas refinarias. O mercado também monitora a quebra do sigilo bancário de Michel Temer pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, que deve levar o presidente a alterar a reforma ministerial prevista para o mês que vem. O temor de que uma nova denúncia venha a ser apresentada pela Procuradoria Geral da República (PGR) pode fazer com que Temer considere montar uma equipe capaz de derrubar na Câmara eventual pedido de investigação.
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