BCE E EXPECTATIVA POR ANÚNCIO DE TARIFA PARA AÇO DEIXAM MERCADOS NA RETRANCA

 BCE E EXPECTATIVA POR ANÚNCIO DE TARIFA PARA AÇO DEIXAM MERCADOS NA RETRANCA

São Paulo, 08/03/2018 - Os mercados internacionais operam sem tendência definida nesta manhã, na expectativa pelo anúncio oficial, que pode ser feito hoje, sobre a tarifação às importações de aço e alumínio proposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A perspectiva é de que a cobrança tenha início em 15 a 30 dias, contrariando os pedidos vindos de todo o mundo para que a barreira alfandegária seja reconsiderada. De qualquer forma, o temor de uma guerra comercial foi amenizado após autoridades na Casa Branca informarem que alguns países podem, a princípio, ser isentados da cobrança. A ideia é que Canadá e México fiquem livres das novas tarifas caso seja bem-sucedida a renegociação em curso do Nafta, o acordo de livre comércio da América do Norte. Notícias favoráveis vindas da Ásia também ajudam a amenizar a tensão do mercado nesta manhã, diante de dados de exportação bem mais fortes que o esperado da China e de uma nova leitura que mostrou que a economia do Japão se expandiu mais rápido do que o anteriormente estimado. Por aqui, o governo brasileiro recebeu com otimismo a notícia de que alguns países podem ficar de fora da taxa de importação aos metais e o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge, enviou uma carta ao secretário de Comércio dos EUA reiterando o pedido do Brasil de isenção das novas barreiras comerciais. O argumento é que 80% do aço exportado para lá é semiacabado, ou seja, é usado como insumo para a indústria siderúrgica norte-americana. Na agenda do dia, o destaque fica por conta da decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), seguida por entrevista coletiva com o presidente da instituição, Mario Draghi. No mês passado, a autoridade monetária sinalizou que poderia mudar o viés acomodatício no início deste ano e informou que alguns dirigentes manifestaram preferência por abandonar esse viés. No entanto, os sinais de retomada da inflação na região seguem fracos, o que deixa dúvidas sobre uma reversão da política de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês). Nesse sentido, será importante acompanhar as novas projeções para a economia da região, que serão divulgadas nesta manhã. A agenda local é fraca e os agentes monitoram comitiva liderada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a evento em Nova York com o objetivo de angariar investimentos estrangeiros ao Brasil.