Como a série Narcos esclarece no começo dos seus episódios, a trama é baseada em fatos reais, mas que alguns acontecimentos podem ser alterados pela dramaticidade. Contudo, modificar situações reais é uma tarefa complicada, pois mexe com pessoas diretamente envolvidas na história. Como é o caso de Sebastián Marroquín, filho de Pablo Escobar, que ficou insatisfeito com algumas alterações feitas pela produção da Netflix e postou um texto dos grandes apontando exatos 28 erros na segunda temporada da série.
"Queridos [...] compartilho a minha reflexão pessoal da segunda temporada [de Narcos], para que desconfiem da veracidade de seu conteúdo. Em nome do meu país e horando a verdade dos fatos acontecidos entres os anos 1980 e 1990, me vejo na obrigação de expôr os gravíssimos erros de uma série que se auto-proclama como verídica, mas que está longe disso. Insultando assim a história de toda uma nação e de muitas vítimas e famíliares", publicou Marroquín em sua rede social. Sobre a primeira temporada ele apenas deu a seguinte alfinetada: "nem vou lhes falar sobre, para que não fiquem entediados com a longa lista".
A publicação de Marroquín, que antes se chamava Juan Pablo Escobar, não apenas serviu para apontar as modificações dramáticas feitas pela série. Aproveitando que a história do seu pai está em alta devido ao lançamento da segunda temporada de Narcos, a postagem também serviu como divulgação do seu livro, "Pablo Escobar - Meu Pai - As Histórias Que Não Deveríamos Saber," o qual afirma conter "a verdade real" sobre Pablo Escobar. Alterações dramáticas a parte, não deixem de ler nossa crítica de Narcos.
Confira abaixo os 28 erros, que foram resumidos e mesmo assim ficaram grandes, da segunda temporada de Narcos listados por Sebastián Marroquín. Atenção! Contém spoilers.
1 - Carlos Henao era tio materno de Marroquín. Um arquiteto que ajudou a contruir algumas casas, estradas e pontes da fazenda Nápoles, mas que não era narcotraficante como mostra a série. Jamais foi preso na Colômbia, nem em outro país.
2 - Escobar não era torcedor do Atlético Nacional, mas sim do Independente de Medelín.
3 - La Quica foi preso em Nova York dia 24 de setembro de 1991, antes da fuga de Escobar da Catedral, em julho de 1992.
4 - A fuga da Catedral não foi tão grande quanto o exibido na série. Apenas um guarda da prisão foi morto. Escobar não teve ajuda da justiça para escapar. A fuga estava planejada desde a contrução do prédio, quando ordenou que alguns tijolos ficassem soltos. Escobar escapou quando soube que o governo não cumpriria o acordo de nunca o transferirem da catedral.
5 - Limón era empregado de Roberto "Osito", irmão de Escobar, e trabalhou como motorista dele por 20 anos. Ele não foi recrutado no final da história da família, mas sim muito antes.
6 - Os cartéis de Medelín e Cali não negociaram ficar com as cidades de Miami e Nova York, respectivamente, como praças de venda de drogas. Segundo Marroquín, "A verdade é que até hoje existe um mercado de drogas ilegais com crescimento exponencial. Continua a ser tão grande que sempre haverá um déficit de traficantes e clientes [...]. Os consumidores são milhões e pagam o que for para estarem satisfeitos".
7 - Não foi a CIA quem propôs aos irmãos Castaño criar Los Pepe. Foi Fidel Cataño quem tomou a decisão com a cumplicidade do cartel de Cali e com autoridades locais e extrangeiras, que fizeram vista grossa a vários crimes e desaparecimentos.
8 - A esposa de Escobar jamais comprou ou usou uma arma.
9 - Escobar não matou o Coronel "Carrilo", como é mostrado na série.
10 - Escobar decidiu perdoar a vida de Moncada no último momento, mas, quando a ordem de parar o assassinato chegou, o ato já havia sido concretizado.
11 - Escobar estava sozinho nos seus últimos dias. Não rodeado por capangas, como é retratado na série. Quase todos os principais bandidos, exceto Angelito e Chopo, haviam se entregado ou estavam mortos.
12 - Não existiam comodidas após a fuga da Catedral. A família de Escobar vivia em favelas, não em mansões.
13 - "Leon" não viveu nos EUA. Era um homem fiel a Escobar e morreu após ser sequestrado e torturado pelos Cataño em Medelín.
14 - Escobar nunca ameaçou a cidade de Cali. Ele fez um comunicado dizendo que a esposa e parte da família também eram da área, portanto, não tinha nada contra os locais.
15 - Ricardo Prisco já estava morto quando o mostraram em Narcos.
16 - Escobar nunca atacou a filha de Gilberto Rodruíguez no seu casamento, nem a nenhum membro da família, em qualquer momento da sua vida. Marroquín disse que o pacto de não tocar nas famílias foi cumprido pelo pai.
17 - Escobar jamais obrigou a família a ficar com ele na clandestinidade. Sempre pensou igual a sua esposa, que era melhor se educarem e terem diferentes oportunidades do que as dele.
18 - A família de Escobar esteve com ele em apenas um fuzilamento, mas muito diferente do mostrado na série.
19 - Narcos apresentou que os ataques com bombas feitos por Escobar à drogaria La Rebaja foram no ano de 1993, enquanto que realidade aconteceram em 1988 e 1989.
20 - A mãe de Escobar o traiu. Ela se aliou ao filho mais velho, Roberto, e fizeram negociações com Los Pepes. "Eu gostaria de ter uma versão 'terna' da minha avó como é mostrado na série", disse Marroquín na publicação.
21 - A mãe de Escobar não viajou para a Alemanha como é mostrado em Narcos.
22 - O Ministério Público da Colômbia não queria tanto ajudar a família de Escobar quanto é mostrado na série, pois o escritório estava completamente infiltrado por membros do cartel de Cali.
23 - A esposa de Escobar nunca falou com a jornalista Virginia Vallejo, que era amante do marido ao mesmo tempo que era dos chefes do cartel de Cali. Fazia mais de uma década que Escobar e Virgínia não se encontravam quando aconteceu a fuga da Catedral.
24 - Escobar não enviou telefones a ninguém quando estava no hotel Tequendama. A família usava os do local e Marroquín afirmou que "desligava cada vez que ele ligava para protegê-lo".
25 - Nenhum jornalista foi assassinado em frente ao hotel Tequendama.
26 - Escobar jamais maltratou seus pais, muito menos Abel, seu pai. Jamais existiu entre os dois uma conversa com o sentido e o tom que a série apresenta.
27 - Após a morte de Escobar, a mãe de Marroquín foi convocada pelo cartel de Cali para uma reunião, que possuía mais de 40 chefes da máfia colombiana. A pessoa que a salvou foi Miguel Rodríguez, não Gilberto.
28 - Na série, a mãe de Escobar diz que quem traiu o narcotraficante foi a sua esposa, quando na vida real foi a veterana e seus filhos que fizeram aliança com o cartel de Cali.
"Queridos [...] compartilho a minha reflexão pessoal da segunda temporada [de Narcos], para que desconfiem da veracidade de seu conteúdo. Em nome do meu país e horando a verdade dos fatos acontecidos entres os anos 1980 e 1990, me vejo na obrigação de expôr os gravíssimos erros de uma série que se auto-proclama como verídica, mas que está longe disso. Insultando assim a história de toda uma nação e de muitas vítimas e famíliares", publicou Marroquín em sua rede social. Sobre a primeira temporada ele apenas deu a seguinte alfinetada: "nem vou lhes falar sobre, para que não fiquem entediados com a longa lista".
A publicação de Marroquín, que antes se chamava Juan Pablo Escobar, não apenas serviu para apontar as modificações dramáticas feitas pela série. Aproveitando que a história do seu pai está em alta devido ao lançamento da segunda temporada de Narcos, a postagem também serviu como divulgação do seu livro, "Pablo Escobar - Meu Pai - As Histórias Que Não Deveríamos Saber," o qual afirma conter "a verdade real" sobre Pablo Escobar. Alterações dramáticas a parte, não deixem de ler nossa crítica de Narcos.
Confira abaixo os 28 erros, que foram resumidos e mesmo assim ficaram grandes, da segunda temporada de Narcos listados por Sebastián Marroquín. Atenção! Contém spoilers.
1 - Carlos Henao era tio materno de Marroquín. Um arquiteto que ajudou a contruir algumas casas, estradas e pontes da fazenda Nápoles, mas que não era narcotraficante como mostra a série. Jamais foi preso na Colômbia, nem em outro país.
2 - Escobar não era torcedor do Atlético Nacional, mas sim do Independente de Medelín.
3 - La Quica foi preso em Nova York dia 24 de setembro de 1991, antes da fuga de Escobar da Catedral, em julho de 1992.
4 - A fuga da Catedral não foi tão grande quanto o exibido na série. Apenas um guarda da prisão foi morto. Escobar não teve ajuda da justiça para escapar. A fuga estava planejada desde a contrução do prédio, quando ordenou que alguns tijolos ficassem soltos. Escobar escapou quando soube que o governo não cumpriria o acordo de nunca o transferirem da catedral.
5 - Limón era empregado de Roberto "Osito", irmão de Escobar, e trabalhou como motorista dele por 20 anos. Ele não foi recrutado no final da história da família, mas sim muito antes.
6 - Os cartéis de Medelín e Cali não negociaram ficar com as cidades de Miami e Nova York, respectivamente, como praças de venda de drogas. Segundo Marroquín, "A verdade é que até hoje existe um mercado de drogas ilegais com crescimento exponencial. Continua a ser tão grande que sempre haverá um déficit de traficantes e clientes [...]. Os consumidores são milhões e pagam o que for para estarem satisfeitos".
7 - Não foi a CIA quem propôs aos irmãos Castaño criar Los Pepe. Foi Fidel Cataño quem tomou a decisão com a cumplicidade do cartel de Cali e com autoridades locais e extrangeiras, que fizeram vista grossa a vários crimes e desaparecimentos.
8 - A esposa de Escobar jamais comprou ou usou uma arma.
9 - Escobar não matou o Coronel "Carrilo", como é mostrado na série.
10 - Escobar decidiu perdoar a vida de Moncada no último momento, mas, quando a ordem de parar o assassinato chegou, o ato já havia sido concretizado.
11 - Escobar estava sozinho nos seus últimos dias. Não rodeado por capangas, como é retratado na série. Quase todos os principais bandidos, exceto Angelito e Chopo, haviam se entregado ou estavam mortos.
12 - Não existiam comodidas após a fuga da Catedral. A família de Escobar vivia em favelas, não em mansões.
13 - "Leon" não viveu nos EUA. Era um homem fiel a Escobar e morreu após ser sequestrado e torturado pelos Cataño em Medelín.
14 - Escobar nunca ameaçou a cidade de Cali. Ele fez um comunicado dizendo que a esposa e parte da família também eram da área, portanto, não tinha nada contra os locais.
15 - Ricardo Prisco já estava morto quando o mostraram em Narcos.
16 - Escobar nunca atacou a filha de Gilberto Rodruíguez no seu casamento, nem a nenhum membro da família, em qualquer momento da sua vida. Marroquín disse que o pacto de não tocar nas famílias foi cumprido pelo pai.
17 - Escobar jamais obrigou a família a ficar com ele na clandestinidade. Sempre pensou igual a sua esposa, que era melhor se educarem e terem diferentes oportunidades do que as dele.
18 - A família de Escobar esteve com ele em apenas um fuzilamento, mas muito diferente do mostrado na série.
19 - Narcos apresentou que os ataques com bombas feitos por Escobar à drogaria La Rebaja foram no ano de 1993, enquanto que realidade aconteceram em 1988 e 1989.
20 - A mãe de Escobar o traiu. Ela se aliou ao filho mais velho, Roberto, e fizeram negociações com Los Pepes. "Eu gostaria de ter uma versão 'terna' da minha avó como é mostrado na série", disse Marroquín na publicação.
21 - A mãe de Escobar não viajou para a Alemanha como é mostrado em Narcos.
22 - O Ministério Público da Colômbia não queria tanto ajudar a família de Escobar quanto é mostrado na série, pois o escritório estava completamente infiltrado por membros do cartel de Cali.
23 - A esposa de Escobar nunca falou com a jornalista Virginia Vallejo, que era amante do marido ao mesmo tempo que era dos chefes do cartel de Cali. Fazia mais de uma década que Escobar e Virgínia não se encontravam quando aconteceu a fuga da Catedral.
24 - Escobar não enviou telefones a ninguém quando estava no hotel Tequendama. A família usava os do local e Marroquín afirmou que "desligava cada vez que ele ligava para protegê-lo".
25 - Nenhum jornalista foi assassinado em frente ao hotel Tequendama.
26 - Escobar jamais maltratou seus pais, muito menos Abel, seu pai. Jamais existiu entre os dois uma conversa com o sentido e o tom que a série apresenta.
27 - Após a morte de Escobar, a mãe de Marroquín foi convocada pelo cartel de Cali para uma reunião, que possuía mais de 40 chefes da máfia colombiana. A pessoa que a salvou foi Miguel Rodríguez, não Gilberto.
28 - Na série, a mãe de Escobar diz que quem traiu o narcotraficante foi a sua esposa, quando na vida real foi a veterana e seus filhos que fizeram aliança com o cartel de Cali.
Nenhum comentário:
Postar um comentário