No dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) explica, na ata da reunião da semana passada, o que levou a alterar o plano de voo em relação à taxa básica de juros, prevendo agora mais um corte na Selic, em maio, os mercados internacionais dão continuidade ao rali da véspera, diante dos sinais de que a escalada das tensões comerciais está diminuindo. Por ora, é a falta de novidades concretas entre Estados Unidos e China que tem animado os negócios, aliviando a pressão nos ativos de risco, mas o tema está longe de uma solução.
A ausência de uma deterioração adicional entre as duas maiores economias do mundo combinada com uma retórica ainda conciliadora entre Washington e Pequim leva o mercado financeiro a crer que “todos serão felizes” nas negociações comerciais, como escreveu ontem no Twitter o presidente norte-americano, Donald Trump. Ao que tudo indica, trata-se de uma estratégia dos EUA para pressionar outros países e obter algumas vitórias, ao invés de uma guerra declarada.
Mas a postura mais protecionista tende a trazer menos crescimento e mais inflação aos EUA, podendo intensificar o ritmo do Federal Reserve no processo de normalização da taxa de juros no país. Além da ameaça de retaliação de outro nações – embora ainda se tenha um evitado um tom mais duro bem como medidas de reciprocidade. Porém, não se trata de algo que se pode simplesmente dispensar – é preciso esperar que tais ações sejam efetivadas.
Afinal, a abertura do mercado chinês a produtos norte-americanos e aos serviços financeiros também faz parte do plano de longo prazo do Partido Comunista, de tornar seus 1 bilhão de habitantes em consumidores, fortalecendo a demanda interna e garantindo o crescimento econômico do país também pela via do consumo das famílias. Ao mesmo tempo, a economia passa a ser orientada pelo mercado – uma intenção que tem mostrado dificuldades de implementação nos últimos anos.
Destaques Corporativos
Eletrobras (ELET6): A companhia lançou um programa de demissão consensual, levando em conta as novas leis trabalhistas. A meta da Eletrobras é desligar pelo menos 3 mil funcionários.
Banco do Brasil (BBAS3): O Banco do Brasil informou na noite desta segunda-feira (26), após o fechamento do mercado, que o seu Conselho de Administração aprovou o aumento de capital pelo BB Banco de Investimentos, em até R$ 93,5 milhões na Neoenergia.
Natura (NATU3): Em comunicado enviado ao mercado nesta segunda-feira (26), a Naturainformou que o Conselho Administrativo de Recursos Ficais (Carf) optou por manter a multa à Natura de R$ 925 milhões.
Eternit (ETER3): A Eternit adiou a divulgação dos resultados referentes ao exercício de 2017. Segundo a empresa, a divulgação está prevista para o dia 16 de abril.
IMC (MEAL3): Segundo o jornal Valor, uma provável fusão entre as empresas de refeições coletivas Sapore e IMC, dona das redes Viena e Frango Assado, voltou ao radar dos acionistas e pode evoluir sob novas condições.
Eletrobras (ELET6): Nesta terça-feira (27), a Eletrobras divulgou seus resultados operacionais referente ao ano de 2017. Segundo a empresa, em 2017, a Eletrobras obteve prejuízo líquido de R$ 1,726 bilhão.
Even (EVEN3): A construtora Even reportou prejuízo líquido de R$ 236 milhões no 4 trimestre de 2017.
Direcional Engenharia (DIRR3): A Direcional Engenharia, uma das maiores incorporadoras do Brasil, reportou prejuízo líquido de R$ 61,8 milhões no 4T17.
Smiles (SMLS3): O Conselho de Administração da Smiles Fidelidade aprovou o pagamento de R$ 14 milhões sob a forma de juros sobre capital próprio. O pagamento será feito no dia 27 de abril.
Notícias
Ata do Copom / Juros – A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na manhã desta terça-feira, confirma a possibilidade de um novo corte na taxa básica em maio, encerrando o ciclo de corte nos juros. Na semana passada, a taxa foi reduzida em 0,25 ponto percentual.
Cotação / Minério de Ferro – Os contratos futuros do minério de ferro, negociados na bolsa de Dalian, na China, encerraram a jornada desta terça com valorização de 1,14% a 444 iuanes por tonelada.
Juros / Cartão de Crédito – O juro médio total cobrado no rotativo do cartão de crédito subiu 5,9% entre o mês de janeiro e fevereiro. Com isso, a taxa passou de 328,0% em janeiro para 333,9% ao ano em fevereiro.
Agenda Econômica
BRASIL
| ||||
* A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) divulga pela manhã o Indice de Preços ao Consumidor do município de São Paulo (IPC-SP) referente à terceira semana de março.
* O Banco Central (BC) divulga às 8h a ata da reunião mais recente do Comitê de Política Monetária (Copom).
* A Fundação Getulio Vargas (FGV) divulga às 8h os dados da Sondagem do Comércio e da confiança do setor referentes a junho.
* A FGV divulga às 8h os dados da versão revisada da Sondagem da Indústria e da confiança do setor referentes a março.
* O Tesouro divulga, às 14h30, o relatório mensal do resultado primário referente a fevereiro.
* O Conselho Monetário Nacional (CMN) realiza reunião ordinária.
| ||||
ESTADOS UNIDOS
| ||||
* O índice Case-Shiller de preços de imóveis residenciais de janeiro será publicado às 10h pela S&P Dow Jones Indices. Em dezembro, o índice subiu 6,3% em base anual. Analistas preveem alta de 6,1% em janeiro.
* O índice de confiança do consumidor de março será publicado às 11h pelo Conference Board. Em fevereiro, o índice subiu a 130,8 pontos, de 124,3 pontos em janeiro. Analistas esperam alta para 131,5 pontos em março..
| ||||
EUROPA E ÁSIA
| ||||
* Eurozona: a evolução da base monetária nos 12 meses até fevereiro será publicada às 5h pelo Banco Central Europeu (BCE). No ano encerrado em janeiro, a base monetária cresceu 4,6%.
* Eurozona: o índice de sentimento econômico e a leitura revisada do índice de confiança do consumidor de março serão publicados às 6h pela Comissão Europeia. Em fevereiro, o índice de sentimento caiu de 114,9 para 114,1 pontos, enquanto a leitura preliminar do índice de confiança de março ficou estável em 0,1 ponto.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário