Nesta sexta-feira, o setor de construção civil deve ser um dos pontos de atenção para os investidores, com foco em MRV, Tenda e Gafisa, que divulgaram seus resultados do quarto trimestre de 2017. Olho também em Petrobras, que abriu processos para vendas de dois ativos, entre eles as empresas que compõem a refinaria de Pasadena. A Telefônica Vivo teve recursos negados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para evitar uma multa de R$ 370 milhões.
A MRV Engenharia apresentou lucro líquido de R$ 180 milhões no quarto trimestre de 2017, o que corresponde a uma alta de 27,1% em comparação com o mesmo período de 2016. O Ebitda atingiu R$ 269 milhões no trimestre, expansão de 68,2% na mesma base de comparação. A margem Ebitda subiu 4,6 pontos porcentuais, para 19,6%.
O lucro foi 6,9% maior do que a média das projeções de seis bancos consultados peloPrévias Broadcast (Itaú BBA, BTG Pactual, Morgan Stanley, JPMorgan, Bradesco BBI e Santander), que apontava para R$ 168,4 milhões. O Ebitda foi 21,4% maior do que as estimativas dos analistas do setor.
A MRV Engenharia planeja manter a trajetória de crescimento em 2018, consolidando um ciclo de produção de 50 mil imóveis por ano, entre lançamentos, vendas e entregas de obras.
Tenda
A Tenda (ex-controlada da Gafisa) informou salto de 79,4% no lucro líquido no quarto trimestre de 2017 frente a um ano antes, para R$ 36,2 milhões, e ganho de 23,4% no Ebitda ajustado, que chegou a R$ 58,5 milhões. A receita líquida somou R$ 357,2 milhões, crescimento de 24,5%. O lucro líquido foi 15,6% maior do que a média das projeções de três instituições financeiras ouvidas pelo Prévias Broadcast, que apontava para R$ 31,3 milhões. O Ebitda ajustado ficou 25% acima da média das previsões do mercado, de R$ 46,8 milhões.
Gafisa
A Gafisa apresentou um prejuízo líquido consolidado e ajustado de R$ 315,283 milhões no quarto trimestre de 2017. O resultado negativo é 102,1% maior do que no mesmo período de 2016, quando reportou prejuízo de R$ 156,017 milhões.
O resultado consolidado inclui a participação que a Gafisa detém na empresa de loteamentos Alphaville Urbanismo, e é ajustado pela exclusão da operação de alienação de ações de Tenda, que se separou do grupo no ano passado. Sem considerar os efeitos de Alphaville, a Gafisa teve um prejuízo líquido ajustado de R$ 125,285 milhões, montante 6,6% menor na comparação anual.
O Ebitda ajustado - que desconsidera efeitos de Alphaville e da Tenda - ficou negativo em R$ 239,752 milhões no quarto trimestre de 2017, uma piora de 49,7% frente ao mesmo período de 2016.
O prejuízo foi 8,3% maior do que a média das projeções de quatro bancos ouvidos pela Prévias Broadcast, que apontava para R$ 115,7 milhões. O Ebitda foi 3,7 vezes pior do que as projeções, que estavam negativas em R$ 64,7 milhões.
Petrobras
A Petrobras deu início à fase não vinculante da venda das empresas que compõem o sistema de refino de Pasadena, nos Estados Unidos. Pasadena, localizada nos EUA, foi o estopim da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
Entre os ativos colocados à venda estão a refinaria de 110 mil barris por dia e capacidade de armazenamento de 5,1 milhões de barris de petróleo e derivados, o terminal marítimo, a logística e os estoques associados, "além de um terreno estrategicamente localizado no canal marítimo de acesso a Houston (Houston Ship Channel), para oportunidades de expansão futura", informou a Petrobrás anteriormente.
Outro processo iniciado foi a venda de 100% das ações da Petrobras Oil & Gas B.V. (POGBV).
Eletrobras e Eletropaulo
Eletropaulo e Eletrobras estão nas formalizações finais para o fechamento do acordo bilionário que encerrará uma disputa judicial de décadas. A assinatura do contrato, que prevê o pagamento de cerca de R$ 1,5 bilhão pela distribuidora paulista, deve ocorrer nos próximos dias e então ser encaminhado para homologação judicial.
Ficou acertado que a distribuidora pagará uma parcela inicial de R$ 300 milhões e os R$ 1,2 bilhão restantes serão divididos em quatro parcelas anuais, informaram duas fontes com conhecimento do assunto. As negociações finais favoreceram a Eletropaulo, que defendia um cronograma de pagamentos compatível com seu fluxo de caixa. Já a Eletrobras chegou a aprovar um acordo preliminar de cerca de R$ 1,6 bilhão, dos quais R$ 600 milhões à vista. Mas a solução acertada, embora represente um menor volume de recursos em caixa no curto prazo, não é um mau negócio para a Eletrobras, já que o montante deve colaborar com o processo de redução de endividamento que a estatal desenvolve desde o ano passado.
Telefônica Vivo
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) negou uma série de recursos pedidos pela Telefônica e manteve a aplicação de multas que somam R$ 370 milhões, em valores históricos. Essas penalidades foram aplicadas ao longo dos últimos anos por descumprimento de prazos de atendimento na prestação de serviços ao consumidor - como religamento de linhas, transferência de endereço e conserto de orelhões, por exemplo.
Com a decisão, esses valores terão que ser retirados da proposta de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) da Telefônica. O TAC, que substitui multas de R$ 2,7 bilhões por investimentos de R$ 5,4 bilhões, está em fase de adequação na Anatel, após ter passado pelo crivo do Tribunal de Contas da União (TCU). Na prática, cada multa que sai do TAC deixa a proposta de acordo mais cara para a empresa.
Marisa Lojas
A varejista de moda Marisa Lojas diminuiu o prejuízo no último trimestre do ano passado. De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira, o prejuízo passou de R$ 6 milhões no quarto trimestre de 2016 para 300 mil no quarto trimestre de 2017. No acumulado de 2017, o prejuízo chegou a R$ 60,4 milhões, menor do que o prejuízo de R$ 88 milhões registrado em 2016.
O Ebitda total da varejista atingiu R$ 87,7 milhões entre outubro e dezembro de 2017 ante R$ 61,6 milhões no mesmo período de 2016. No ano, o Ebitda total chegou a R$ 265,6 milhões ante R$ 180,7 milhões em 2016.
Burger King
O Burger King Brasil, master-franqueado da rede de fast food internacional, registrou lucro líquido de R$ 21,8 milhões no quarto trimestre de 2017, revertendo o prejuízo líquido de R$ 32,0 milhões anotados em igual período do ano anterior. Em 2017 o lucro foi de R$ 3,8 milhões frente ao prejuízo de R$ 93,5 milhões de 2016.
A empresa divulgou um Ebitda ajustado, que considera baixas de ativo imobilizado (sinistro, obsolescência, resultado da venda de ativo e impairment), de R$ 83,3 milhões no último trimestre do ano passado, alta de 48,2%, com a margem saindo de 13,7% para 15,9%. Já o Ebitda somou R$ 67,0 milhões de outubro a dezembro, elevação de 39,7%, com margem de 12,8% ante 11,7% de um ano antes.
CPFL Renováveis
A CPFL Energias Renováveis recebeu ofício da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informando a concessão de efeito suspensivo relativo ao processo de oferta pública de aquisição de ações (OPA) da empresa por alienação de controle.
Em fato relevante, a empresa informa que o órgão regulador suspendeu o prazo concedido à empresa para a apresentação de nova documentação relativa à OPA, com um preço mais elevado para a operação. A decisão se segue, conforme explicou a CVM, ao recebimento de um recurso contra decisão da área técnica da autarquia que determinava a elevação do preço, um patamar mínimo de R$ 16,69 por ação, e criticava o laudo de avaliação da empresa que embasou o preço ofertado inicialmente, de R$ 12,20/ação. O ofício da CVM salienta, porém, que o prazo, inicialmente estabelecido até 22 de março, "se for o caso, após a análise do mérito do recurso em tela pelo Colegiado da CVM".
Azul
A Azul divulgou os resultados de tráfego de fevereiro. A taxa total de ocupação no mês passado ficou em 80,1% ante 79,3% no mesmo período de 2017. No acumulado do ano, a taxa de ocupação ficou em 83%, um ponto porcentual a mais do que a registrada no mesmo período do ano passado, de 82%.
De acordo com os dados, a demanda, representada pela sigla RPK, teve alta de 16,3% em fevereiro, enquanto a oferta de assentos no período (ASK) cresceu 15,2%. No acumulado de dois meses, a demanda subiu 15% e a oferta de assentos teve alta de 13,6% na comparação com os primeiros dois meses do ano passado.
B2W
Dona do Submarino e da Americanas.com, a B2W agora mira o mercado de meios de pagamento. A empreitada é uma das apostas da empresa que pode evoluir ainda este ano.
"Quando a gente pensa em um negócio de meios de pagamento, é um negócio muito grande, que pode vir a valer até mais que a B2W", comentou em entrevista ao Broadcast o diretor financeiro da companhia, Fabio Abrate.
A empresa divulgou poucos detalhes sobre o que pode ser essa novidade, mas a expectativa é de um lançamento com inspiração em negócios como o chinês "Alipay". O mais popular sistema de pagamentos online da China tem substituído por lá até mesmo transações cotidianas feitas em dinheiro.
Prumo
Um grupo ativista de minoritários da Prumo conseguiu, até ontem, mobilizar acionistas detentores de 35% das ações em circulação da companhia, segundo apurou a Coluna do Broadcast. O objetivo é conseguir um preço maior do que o estabelecido em laudo de avaliação para a realização da oferta pública de aquisição de ações (OPA), marcada para hoje à tarde.
O laudo de avaliação apontava para o valor da ação em R$ 11,50, mas os acionistas se habilitaram ao leilão pedindo R$ 15,00. Para realizar o cancelamento de registro, para fechar o capital, a Prumo precisa da adesão de dois terços das ações em circulação no mercado (free float).
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