A política monetária do Federal Reserve segue no foco dos mercados, que iniciam a semana em tom positivo após o banco central norte-americano ter divulgado na última sexta-feira relatório prevendo ajustes graduais dos juros. As atenções estarão voltadas agora para depoimentos do presidente da instituição, Jerome Powell, amanhã na Câmara dos Representantes e, na quinta-feira, no Senado. Ele deverá reconhecer os sinais de solidez da economia americana, mas provavelmente não acrescentará nada que mude a visão dos investidores quanto à trajetória de aperto monetário, segundo analistas. Em seu discurso, antecipado na sexta-feira, a autoridade monetária apoiou a percepção de juros mais baixos no curto prazo e levou as bolsas de Nova York a um novo rali, além de ajudar a pressionar os rendimentos dos Treasuries. Powell afirmou manter a posição acomodatícia e disse esperar que o fortalecimento do mercado de trabalho garanta o retorno sustentado da inflação ao nível da meta de 2%. "O Comitê espera que a força contínua da economia garanta novos aumentos graduais nas taxas dos Fed funds e que a taxa provavelmente permaneça abaixo dos níveis que o Fomc espera prevalecer no longo prazo", complementou. O apetite dos investidores por ativos de risco se mantêm nesta manhã, com fortes ganhos na Ásia e valorização das praças acionárias na Europa, além dos futuros de Nova York. Vale lembrar que a agenda da semana reserva dados importantes para o diagnóstico da economia dos Estados Unidos, como números de atividade e inflação de fevereiro. No cenário local, o bom humor pode ajudar a Bolsa a ampliar sua trajetória de ganhos, depois de ignorar o rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela Fitch na sexta-feira, de BB para BB-, e renovar recorde de fechamento pelo quarto pregão consecutivo, a 87.293,24 pontos. Mas isso vai depender também de dados locais importantes previstos para a semana, com destaque para a arrecadação de janeiro, hoje, e para o PIB do quarto trimestre, na quinta-feira. Sobre o pacote de 15 medidas anunciadas na semana passada pelo governo para compensar o fracasso da reforma da Previdência, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltou a dizer que o projeto de lei que autoriza a oferta de venda de ações da Eletrobras será colocado em votação apenas em abril. Já sobre o projeto que altera o sistema de desoneração da folha de pagamentos para a maioria dos setores atualmente beneficiados, a Câmara poderá analisar na quarta-feira requerimento de urgência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário