A agência de notícias oficial da Argentina confundiu Muricy Ramalho, convidado para assumir a seleção brasileira, mas que não foi liberado pelo Fluminense, com o também técnico Cuca, que dirigiu o tricolor duas vezes, uma delas no início do ano.
Na foto da matéria sobre a escolha de Muricy pela CBF, foi colocada uma foto de Cuca, com o uniforme do Fluminense, mas com o nome do outro técnico.
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Fluminense faz jogo duro, e Muricy Ramalho não assume a Seleção
O Fluminense não vai liberar Muricy Ramalho para ser técnico da Seleção Brasileira. A informação foi confirmada por dirigentes tricolores na tarde desta sexta-feira, após uma conversa com o representante do treinador, Márcio Rivelino. A CBF, por sua vez, informou que não se posicionará oficialmente enquanto não receber uma resposta oficial do treinador.
Após ser convidado para ser o novo técnico da Seleção, Muricy foi para as Laranjeiras, onde colocou a roupa de treino e começou a realizar um trabalho com os jogadores, mas sem fazer qualquer pronunciamento. O treinador só falará após o clássico contra o Botafogo, domingo, às 18h30m, no Engenhão, mas o presidente tricolor Roberto Horcades garante: ele não deixará o clube e terá seu contrato renovado até dezembro de 2012.
- A posição oficial do Fluminense tem que ser dada. O Muricy vai continuar no clube cumprindo o contrato como deve ser. Pessoas do nível dele são necessárias no futebol - disse o dirigente, que logo depois se retirou da coletiva com um enorme sorriso no rosto.
O presidente do patrocinador do clube, Celso Barros, tomou a palavra em seguida e garantiu que o treinador já havia acertado a renovado de contrato com o clube até dezembro de 2012 antes de receber o convite da CBF.
- Deixamos apalavrada a renovação até dezembro de 2012. O Muricy, uma pessoa que cumpre seus contratos, já estava combinado com o Fluminense. Estamos no início de um trabalho com ele, que esperamos que seja longo e vitorioso - disse Barros.
A CBF tem pressa para fechar com o treinador porque já na próxima segunda-feira está prevista a convocação da seleção brasileira para o amistoso contra os Estados Unidos, no dia 10 de agosto, em Nova Jersei. O salário oferecido a Muricy Ramalho é menor do que ele, atualmente, recebe no Fluminense.
Celso Barros garante que no contrato de Muricy Ramalho com o Fluminense não existe nenhuma cláusula que o clube seria obrigado a liberá-lo caso surgesse um convite para comandar a seleção brasileira. O treinador teria que pagar uma multa rescisória pelos cinco meses restantes de contrato.
- Ninguém pediu (para romper o contrato). O presidente da CBF não pediu para liberá-lo, e nós procuramos respeitar o acordo que o Muricy tem até o fim do ano. Existe uma palavra - afirmou Barros.
Durante a entrevista coletiva, o vice de futebol, Alcides Antunes, garantiu que o Fluminense não tinha obrigação de entrar em contato com a CBF para anunciar a posição de não liberar o treinador. O Fluminense e a CBF não tem um bom relacionamento por causa da última eleição do Clube dos 13, vencida por Fábio Koff, candidato apoiado por Roberto Horcades. Já Ricardo Teixeira buscava votos para Kléber Leite.
- Assim como eles não nos ligaram para perguntar se poderiam fazer o convite ao nosso treinador, nós também não ligamos para a CBF para comunicar a decisão do Muricy de permanecer. Eles não agiram errados, não, estão no direito deles de chegar e conversar com qualquer treinador para fazer a oferta. Mas também não temos esta obrigação - disse.
Alcides Antunes revelou também que o Fluminense não aceitaria dividir o treinador até o fim do ano com a Seleção Brasileira. Assim, Muricy Ramalho acumularia os cargos até o termino do contrato atual com o clube carioca.
- O (presidente da CBF) Ricardo Teixeira já deu a posição dele, e a nossa é a de que o Muricy fica só no Fluminense. Se o clube pudesse liberá-lo, faríamos isso. Mas não temos interesse nenhum. É um projeto, não só para agora, e ele está muito feliz aqui - garantiu Antunes.
O dirigente tricolor faz questão de elogiar, em vários momentos, o caráter do treinador.
- O Muricy é um treinador que cumpre os seus contratos. O caráter do homem Muricy não é surpresa nenhuma para a gente. Para muita gente a palavra não vale. Mas o Muricy mostrou que é uma pessoa que o documento é o que menos importa porque se ele deu a palavra, ele cumpre - disse Alcides Antunes.
Após ser convidado para ser o novo técnico da Seleção, Muricy foi para as Laranjeiras, onde colocou a roupa de treino e começou a realizar um trabalho com os jogadores, mas sem fazer qualquer pronunciamento. O treinador só falará após o clássico contra o Botafogo, domingo, às 18h30m, no Engenhão, mas o presidente tricolor Roberto Horcades garante: ele não deixará o clube e terá seu contrato renovado até dezembro de 2012.
- A posição oficial do Fluminense tem que ser dada. O Muricy vai continuar no clube cumprindo o contrato como deve ser. Pessoas do nível dele são necessárias no futebol - disse o dirigente, que logo depois se retirou da coletiva com um enorme sorriso no rosto.
O presidente do patrocinador do clube, Celso Barros, tomou a palavra em seguida e garantiu que o treinador já havia acertado a renovado de contrato com o clube até dezembro de 2012 antes de receber o convite da CBF.
- Deixamos apalavrada a renovação até dezembro de 2012. O Muricy, uma pessoa que cumpre seus contratos, já estava combinado com o Fluminense. Estamos no início de um trabalho com ele, que esperamos que seja longo e vitorioso - disse Barros.
A CBF tem pressa para fechar com o treinador porque já na próxima segunda-feira está prevista a convocação da seleção brasileira para o amistoso contra os Estados Unidos, no dia 10 de agosto, em Nova Jersei. O salário oferecido a Muricy Ramalho é menor do que ele, atualmente, recebe no Fluminense.
Celso Barros garante que no contrato de Muricy Ramalho com o Fluminense não existe nenhuma cláusula que o clube seria obrigado a liberá-lo caso surgesse um convite para comandar a seleção brasileira. O treinador teria que pagar uma multa rescisória pelos cinco meses restantes de contrato.
- Ninguém pediu (para romper o contrato). O presidente da CBF não pediu para liberá-lo, e nós procuramos respeitar o acordo que o Muricy tem até o fim do ano. Existe uma palavra - afirmou Barros.
Durante a entrevista coletiva, o vice de futebol, Alcides Antunes, garantiu que o Fluminense não tinha obrigação de entrar em contato com a CBF para anunciar a posição de não liberar o treinador. O Fluminense e a CBF não tem um bom relacionamento por causa da última eleição do Clube dos 13, vencida por Fábio Koff, candidato apoiado por Roberto Horcades. Já Ricardo Teixeira buscava votos para Kléber Leite.
- Assim como eles não nos ligaram para perguntar se poderiam fazer o convite ao nosso treinador, nós também não ligamos para a CBF para comunicar a decisão do Muricy de permanecer. Eles não agiram errados, não, estão no direito deles de chegar e conversar com qualquer treinador para fazer a oferta. Mas também não temos esta obrigação - disse.
Alcides Antunes revelou também que o Fluminense não aceitaria dividir o treinador até o fim do ano com a Seleção Brasileira. Assim, Muricy Ramalho acumularia os cargos até o termino do contrato atual com o clube carioca.
- O (presidente da CBF) Ricardo Teixeira já deu a posição dele, e a nossa é a de que o Muricy fica só no Fluminense. Se o clube pudesse liberá-lo, faríamos isso. Mas não temos interesse nenhum. É um projeto, não só para agora, e ele está muito feliz aqui - garantiu Antunes.
O dirigente tricolor faz questão de elogiar, em vários momentos, o caráter do treinador.
- O Muricy é um treinador que cumpre os seus contratos. O caráter do homem Muricy não é surpresa nenhuma para a gente. Para muita gente a palavra não vale. Mas o Muricy mostrou que é uma pessoa que o documento é o que menos importa porque se ele deu a palavra, ele cumpre - disse Alcides Antunes.
Há 40 anos, um dos "mentores" de Muricy recusou a Seleção
Salvo o que seria a terceira surpresa em poucas horas, Muricy Ramalho não é o novo treinador da Seleção Brasileira. Recusar o maior sonho de todos os técnicos é algo incomum na história da Seleção, mas também já foi feita por um dos grandes mentores de Muricy há exatos 40 anos.
Coube a Dino Sani, em março de 1970, negar um convite da Seleção Brasileira. Assim como houve nesta sexta-feira, em que Muricy não quis quebrar seu acordo com o Fluminense, o que estava em jogo era uma questão ética: a proximidade com João Saldanha, subitamente demitido pelos homens da CBD, antecessora da CBF. Por isso, Dino agradeceu e disse não.
"Achei que não devia ir para o lugar dele, pela amizade que tinha com ele, pela situação", conta Dino Sani, campeão do mundo como jogador em 1958, ao Terra. Antes mesmo de receber um convite de Antônio dos Passos, diretor de CBD, Dino sabia que ia ser chamado. "O Solange Bibas (do jornal Gazeta Esportiva) me comunicava que iam me ligar. Falei para ele que íamos ver se era verdade ou não", recorda.
Pois, logo depois da saída de Saldanha, o telefone tocou. "Era o Antônio dos Passos dizendo que iam entregar na minha mão, que a Seleção era minha". Mesmo propenso a negar a oferta, Dino Sani foi ao Rio de Janeiro. "Telefone é para dar recado. Pedi que esperassem, que no dia seguinte, cedo, conversaria com eles. Falei que não aceitaria. Não ia recusar pelo telefone".
O não de Dino Sani entrou para a história como uma das poucas recusas de treinadores para a Seleção Brasileira. Cético, ele não acha que é difícil negar esse convite. "Não, por que não pode recusar?", pergunta. "Depende do que você quer, achei que não podia pegar".
Ele inclusive assegura que o convite era desejo expresso de João Havelange, então presidente da CBD. "O Antônio dos Passos era botafoguense e queria o Zagallo. Ficou feliz por que eu disse não. O Havelange é que ficou chateado", recorda Dino Sani, que elogia o colega, mesmo tendo deixado o Botafogo para ser campeão do mundo no México meses depois. "Ele tem estrela, merece um busto".
Dino Sani e Muricy
Historicamente ligado ao São Paulo, Dino Sani era o treinador do Corinthians em 1970. Passou pelo Internacional em seguida e, entre um trabalho e outro, esteve no México. Foi lá que conviveu próximo a Muricy Ramalho, então um meia muito talentoso.
"Trabalhamos juntos no Puebla. Ele era um grande jogador e já um homem de primeira linha", elogia Dino Sani. Sobre a recusa de Muricy, ele concorda com o pupilo. "Se ele tem contrato, não pode largar o clube, mesmo a CBF convocando".
Até mesmo na forma de expressar, seu Dino Sani, hoje 78 anos, se parece com Muricy Ramalho. "Ele tem palavra, meu filho", diz usando um bordão do técnico do Fluminense. "Com ele, não precisa assinar contrato".
A sacanagem que Dino Sani evitou
Jornalista, João Saldanha era contrário ao regime militar que liderava o Brasil nos anos 70. Dono de grande carisma e conhecimento, via seu poder crescer de forma assustadora em pouco tempo no cargo de treinador na Seleção. Até que, no fim de março, foi demitido. Há quem diga que a ordem partiu do então presidente Emilio Garrastazu Médici.
"Não sei porque mandaram embora, se foi o Presidente da República. Mas não me arrependo e Saldanha e eu éramos muito amigos. Seria uma sacanagem", acredita Dino Sani. Em crônicas, o radical Saldanha costumava dizer que sabia os motivos pelos quais havia sido sacado da Seleção. Só não sabia dizer por que entrou. Dino Sani ainda, por pouco, não se tornou o treinador da Seleção em 1982. Telê Santana estava doente e quase perdeu a Copa por questões médicas. "Eu estava no Fluminense e ia aceitar. Se você não for, eu vou, disse ao Telê". Mais uma vez, não se concretizou.
Coube a Dino Sani, em março de 1970, negar um convite da Seleção Brasileira. Assim como houve nesta sexta-feira, em que Muricy não quis quebrar seu acordo com o Fluminense, o que estava em jogo era uma questão ética: a proximidade com João Saldanha, subitamente demitido pelos homens da CBD, antecessora da CBF. Por isso, Dino agradeceu e disse não.
"Achei que não devia ir para o lugar dele, pela amizade que tinha com ele, pela situação", conta Dino Sani, campeão do mundo como jogador em 1958, ao Terra. Antes mesmo de receber um convite de Antônio dos Passos, diretor de CBD, Dino sabia que ia ser chamado. "O Solange Bibas (do jornal Gazeta Esportiva) me comunicava que iam me ligar. Falei para ele que íamos ver se era verdade ou não", recorda.
Pois, logo depois da saída de Saldanha, o telefone tocou. "Era o Antônio dos Passos dizendo que iam entregar na minha mão, que a Seleção era minha". Mesmo propenso a negar a oferta, Dino Sani foi ao Rio de Janeiro. "Telefone é para dar recado. Pedi que esperassem, que no dia seguinte, cedo, conversaria com eles. Falei que não aceitaria. Não ia recusar pelo telefone".
O não de Dino Sani entrou para a história como uma das poucas recusas de treinadores para a Seleção Brasileira. Cético, ele não acha que é difícil negar esse convite. "Não, por que não pode recusar?", pergunta. "Depende do que você quer, achei que não podia pegar".
Ele inclusive assegura que o convite era desejo expresso de João Havelange, então presidente da CBD. "O Antônio dos Passos era botafoguense e queria o Zagallo. Ficou feliz por que eu disse não. O Havelange é que ficou chateado", recorda Dino Sani, que elogia o colega, mesmo tendo deixado o Botafogo para ser campeão do mundo no México meses depois. "Ele tem estrela, merece um busto".
Dino Sani e Muricy
Historicamente ligado ao São Paulo, Dino Sani era o treinador do Corinthians em 1970. Passou pelo Internacional em seguida e, entre um trabalho e outro, esteve no México. Foi lá que conviveu próximo a Muricy Ramalho, então um meia muito talentoso.
"Trabalhamos juntos no Puebla. Ele era um grande jogador e já um homem de primeira linha", elogia Dino Sani. Sobre a recusa de Muricy, ele concorda com o pupilo. "Se ele tem contrato, não pode largar o clube, mesmo a CBF convocando".
Até mesmo na forma de expressar, seu Dino Sani, hoje 78 anos, se parece com Muricy Ramalho. "Ele tem palavra, meu filho", diz usando um bordão do técnico do Fluminense. "Com ele, não precisa assinar contrato".
A sacanagem que Dino Sani evitou
Jornalista, João Saldanha era contrário ao regime militar que liderava o Brasil nos anos 70. Dono de grande carisma e conhecimento, via seu poder crescer de forma assustadora em pouco tempo no cargo de treinador na Seleção. Até que, no fim de março, foi demitido. Há quem diga que a ordem partiu do então presidente Emilio Garrastazu Médici.
"Não sei porque mandaram embora, se foi o Presidente da República. Mas não me arrependo e Saldanha e eu éramos muito amigos. Seria uma sacanagem", acredita Dino Sani. Em crônicas, o radical Saldanha costumava dizer que sabia os motivos pelos quais havia sido sacado da Seleção. Só não sabia dizer por que entrou. Dino Sani ainda, por pouco, não se tornou o treinador da Seleção em 1982. Telê Santana estava doente e quase perdeu a Copa por questões médicas. "Eu estava no Fluminense e ia aceitar. Se você não for, eu vou, disse ao Telê". Mais uma vez, não se concretizou.
Fluminense não libera Muricy Ramalho
Depois de passar a manhã reunido com Ricardo Teixeira, presidente da CBF, e Rodrigo Paiva, assessor de imprensa da entidade, Muricy Ramalho aceitou o convite para substituir Dunga como comandante da seleção brasileira. Mas parece que o Flu não quer colaborar com a sucessão de comando no esquadrão canarinho.
O treinador comandou normalmente o treino do Tricolor nesta tarde e não comentou o convite recebido anteriormente. Em coletiva, a diretoria do Fluminense anunciou que, depois de reunião com Muricy, a intenção é que o técnico cumpra o seu contrato até o fim do ano.
Dessa forma, como a CBF declarou por meio de seu presidente anteriormente que não aceitaria dividir o técnico com o clube, Muricy Ramalho deve seguir no Fluminense e a seleção brasileira continua em busca de um novo comandante.
O treinador comandou normalmente o treino do Tricolor nesta tarde e não comentou o convite recebido anteriormente. Em coletiva, a diretoria do Fluminense anunciou que, depois de reunião com Muricy, a intenção é que o técnico cumpra o seu contrato até o fim do ano.
Dessa forma, como a CBF declarou por meio de seu presidente anteriormente que não aceitaria dividir o técnico com o clube, Muricy Ramalho deve seguir no Fluminense e a seleção brasileira continua em busca de um novo comandante.
Muricy Ramalho - O Treinador
Após se aposentar como jogador, treinou o ex-clube Puebla, em 1993, e depois transferiu-se para o São Paulo, para ser auxiliar técnico de Telê Santana e chegou a treinar o time de reservas do tricolor que ganhou a Copa Conmebol de 1994, além de assumir o time principal quando Telê estava de férias, geralmente no começo do ano. Em uma dessas ocasiões, em janeiro de 1994, Muricy até ligou para o técnico, de férias em Porto Seguro, e este ditou o time que deveria começar jogando.[21] Quando Telê teve de se aposentar por conta de uma isquemia, Muricy assumiu o time, mas acabou demitido menos de seis meses depois, sendo substituído por Carlos Alberto Parreira. Voltou ao comando do time com a demissão de Carlos Alberto Parreira e caiu novamente em 1997, depois de um mau início no Campeonato Paulista, sendo substituído por Darío Pereyra, que levou o time ao vice-campeonato. "Prometi que voltaria para cravar meu nome na história do São Paulo", contou, dez anos depois. Ele teria de esperar quase nove anos para cumprir essa promessa.
Antes disso, passou por vários clubes e voltou a ganhar destaque entre 2001 e 2002, quando conquistou o bicampeonato pernambucano com o Náutico, quebrando um jejum de 12 anos sem títulos. No Campeonato Brasileiro de 2002, assumiu o Figueirense no lugar de Roberval Davino, com o time correndo sério risco de rebaixamento e conseguiu uma grande reação, que livrou o clube da segunda divisão. Foi contratado para comandar o reformulado time do Internacional de Porto Alegre no começo de 2003. Lá, conquistou o Campeonato Gaúcho de 2003 e fez boa campanha no Campeonato Brasileiro de 2003.
Pediu demissão ao fim do Brasileiro e assumiu o São Caetano durante o Campeonato Paulista de 2004, que acabou se tornando o único título da história do clube. Muricy contribuiu dando um toque mais ofensivo ao ataque, mas, ao final do torneio, fez questão de lembrar que fora Tite o treinador que montou o time: "Foi ele quem montou o time e escolheu o elenco. Não sou como alguns técnicos que querem aparecer com equipes montadas por outros. O Tite tem muito mérito nesta conquista." No Campeonato Brasileiro de 2004, o São Caetano chegou a liderar na décima rodada, mas, afundado em contusões e na debandada de jogadores importantes, despencou na tabela. O grupo ficou com um clima ruim, que gerou o desgaste do técnico, substituído antes da última rodada do primeiro turno.
Doze rodadas depois, estava de volta no comando de um time da Série A, o mesmo Inter que tinha comandado no Brasileirão anterior. Terminou a competição no oitavo lugar. No Campeonato Gaúcho de 2005, levou o time novamente ao título, sua quinta conquista estadual consecutiva. Já no Campeonato Brasileiro de 2005, bateu na trave: ficou com o vice-campeonato, no conturbado episódio da anulação de onze partidas por denúncias de compra de resultados com ajuda da arbitragem. Durante essa campanha, o técnico revoltou-se especialmente com a atuação do árbitro Márcio Rezende de Freitas, que não deu um pênalti para o Inter e ainda expulsou o jogador gaúcho envolvido na jogada: "Dá logo a taça para eles, então, caramba! O que mais revolta é que o Márcio não teve coragem de apitar. Ele viu o pênalti e levou o apito até a boca, mas, quando ia apitar, faltou coragem."
Deixou o clube gaúcho ao final do torneio e em 2 de janeiro de 2006 assumiu o São Paulo depois de quase nove anos. No começo de 2005, quando o então técnico Emerson Leão pediu demissão, o São Paulo contatou o treinador para ver se havia interesse, mas ele deixou claro que não sairia enquanto ainda tivesse vínculo contratual com o clube gaúcho, então o clube contratou Paulo Autuori e Muricy demorou um pouco mais para voltar ao clube do Morumbi. Lá ele conquistou os Campeonatos Brasileiros de 2006, 2007 e 2008. O segundo título veio depois de ele balançar no cargo por causa da eliminação na Libertadores, diante do Grêmio. Quando o São Paulo perdeu para o Atlético-MG em casa na quinta rodada, Muricy colocou o cargo à disposição, mas o presidente do clube, Juvenal Juvêncio, não aceitou sua demissão. A partir de então, o time sofreu apenas mais duas derrotas antes de conquistar o bicampeonato por antecipação e, no começo de 2008, Muricy foi eleito pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futeol (IFFHS), com onze pontos, o décimo quarto melhor treinador do mundo e o primeiro brasileiro da lista. Além disso, renovou seu contrato com o São Paulo até o fim de 2009.
Mesmo assim, com nova eliminação na Libertadores, viu seu cargo ameaçado quando o clube começou a conversar com Zico para assumir o comando técnico. Muricy chegou a ser cogitado para substituir Leão no Santos ou Abel Braga no Internacional e atacou dirigentes que trabalham contra ele nos bastidores — "O regime do São Paulo é presidencialista", disse ele em entrevista coletiva em 27 de maio. "Não adianta tentar me derrubar. Quem manda é o Juvenal." —, mas foi mantido. Menos de um mês depois, no final de junho, uma oferta para treinar um time do Catar balançou-o. Ele acabou por recusar a oferta depois de ouvir de Juvenal que tinha a garantia de poder trabalhar até o final do ano. "É como um casal", disse Muricy à época. "Só um pode fazer o que quiser e o outro tem de ser fiel? Essa postura tem de existir dos dois lados. Meu contrato nem tem multa. Só quis que fosse cumprido o que está lá."Mesmo após a conquista do tricampeonato brasileiro, a oposição a Muricy dentro do São Paulo por parte de alguns diretores continuou, o que se agravou com a derrota para o Corinthians nas semifinais do Paulistão de 2009. Sua relação com os jogadores foi-se deteriorando, e o técnico não resistiu à eliminação frente ao Cruzeiro pela Libertadores, em 18 de junho: na noite do dia seguinte foi demitido por Juvêncio. "Fizemos grandes contratações para a Libertadores", explicou o dirigente João Paulo de Jesus Lopes ao JT. "Não é nenhum demérito a ele, mas chegou o momento de mudança." Seu substituto foi Ricardo Gomes.
Pouco mais de um mês depois, em 21 de julho, o presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, anunciou em seu twitter a contratação de Muricy para treinar o time do Palestra Itália em substituição ao interino Jorginho. A contratação deu-se após muitos dias de negociação, inclusive com o próprio Belluzzo anunciando o descarte do treinador por conta do alto salário exigido. O Palmeiras chegou a ser líder disparado do Brasileirão 2009, mas o sonho caiu por terra com seguidas derrotas, e até a vaga na Libertadores foi perdida na última rodada do campeonato.
Mesmo assim Muricy Ramalho emplacou 2010 no Palestra Itália, garantido por Belluzzo, apesar de o vice-presidente de futebol Gilberto Cipullo ter pedido sua demissão. Mas depois de um começo ruim no Campeonato Paulista, ele começou a ser questionado. Para Daniel Piza, colunista do jornal O Estado de S. Paulo, Muricy "jamais se encaixou na cultura do clube", e sob seu comando "o time passou a jogar de modo mais opaco".[41] Em 18 de fevereiro de 2010 veio a gota d'água: após o Palmeiras ter sido goleado pelo São Caetano por 4 a 1 em pleno Palestra Itália, Muricy Ramalho foi demitido do comando do time alviverde. O técnico encerrou seus oito meses de Palmeiras com treze vitórias, onze empates e dez derrotas em 34 jogos. Como tinha contrato até dezembro, fez um acordo em que receberá metade do salário até lá. Por meio de nota, declarou: "Agradeço o apoio da torcida, que colaborou e sempre me apoiou. Foi um lugar excelente para trabalhar. Não tenho queixas, mas o futebol é assim mesmo."
Cerca de dois meses após sua demisão no Palmeiras, em 27 de abril, apresentou-se ao Fluminense como novo técnico do clube.
Em 23 de julho de 2010, foi convidado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), afim de tornar-se o técnico da Seleção Brasileira, após a demissão do ex-técnico Dunga, mas ainda aguarda a liberação pelo Fluminense. Caso se junte à Seleção Brasileira, o trabalho visará a Copa de 2014, no Brasil
Antes disso, passou por vários clubes e voltou a ganhar destaque entre 2001 e 2002, quando conquistou o bicampeonato pernambucano com o Náutico, quebrando um jejum de 12 anos sem títulos. No Campeonato Brasileiro de 2002, assumiu o Figueirense no lugar de Roberval Davino, com o time correndo sério risco de rebaixamento e conseguiu uma grande reação, que livrou o clube da segunda divisão. Foi contratado para comandar o reformulado time do Internacional de Porto Alegre no começo de 2003. Lá, conquistou o Campeonato Gaúcho de 2003 e fez boa campanha no Campeonato Brasileiro de 2003.
Pediu demissão ao fim do Brasileiro e assumiu o São Caetano durante o Campeonato Paulista de 2004, que acabou se tornando o único título da história do clube. Muricy contribuiu dando um toque mais ofensivo ao ataque, mas, ao final do torneio, fez questão de lembrar que fora Tite o treinador que montou o time: "Foi ele quem montou o time e escolheu o elenco. Não sou como alguns técnicos que querem aparecer com equipes montadas por outros. O Tite tem muito mérito nesta conquista." No Campeonato Brasileiro de 2004, o São Caetano chegou a liderar na décima rodada, mas, afundado em contusões e na debandada de jogadores importantes, despencou na tabela. O grupo ficou com um clima ruim, que gerou o desgaste do técnico, substituído antes da última rodada do primeiro turno.
Doze rodadas depois, estava de volta no comando de um time da Série A, o mesmo Inter que tinha comandado no Brasileirão anterior. Terminou a competição no oitavo lugar. No Campeonato Gaúcho de 2005, levou o time novamente ao título, sua quinta conquista estadual consecutiva. Já no Campeonato Brasileiro de 2005, bateu na trave: ficou com o vice-campeonato, no conturbado episódio da anulação de onze partidas por denúncias de compra de resultados com ajuda da arbitragem. Durante essa campanha, o técnico revoltou-se especialmente com a atuação do árbitro Márcio Rezende de Freitas, que não deu um pênalti para o Inter e ainda expulsou o jogador gaúcho envolvido na jogada: "Dá logo a taça para eles, então, caramba! O que mais revolta é que o Márcio não teve coragem de apitar. Ele viu o pênalti e levou o apito até a boca, mas, quando ia apitar, faltou coragem."
Deixou o clube gaúcho ao final do torneio e em 2 de janeiro de 2006 assumiu o São Paulo depois de quase nove anos. No começo de 2005, quando o então técnico Emerson Leão pediu demissão, o São Paulo contatou o treinador para ver se havia interesse, mas ele deixou claro que não sairia enquanto ainda tivesse vínculo contratual com o clube gaúcho, então o clube contratou Paulo Autuori e Muricy demorou um pouco mais para voltar ao clube do Morumbi. Lá ele conquistou os Campeonatos Brasileiros de 2006, 2007 e 2008. O segundo título veio depois de ele balançar no cargo por causa da eliminação na Libertadores, diante do Grêmio. Quando o São Paulo perdeu para o Atlético-MG em casa na quinta rodada, Muricy colocou o cargo à disposição, mas o presidente do clube, Juvenal Juvêncio, não aceitou sua demissão. A partir de então, o time sofreu apenas mais duas derrotas antes de conquistar o bicampeonato por antecipação e, no começo de 2008, Muricy foi eleito pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futeol (IFFHS), com onze pontos, o décimo quarto melhor treinador do mundo e o primeiro brasileiro da lista. Além disso, renovou seu contrato com o São Paulo até o fim de 2009.
Mesmo assim, com nova eliminação na Libertadores, viu seu cargo ameaçado quando o clube começou a conversar com Zico para assumir o comando técnico. Muricy chegou a ser cogitado para substituir Leão no Santos ou Abel Braga no Internacional e atacou dirigentes que trabalham contra ele nos bastidores — "O regime do São Paulo é presidencialista", disse ele em entrevista coletiva em 27 de maio. "Não adianta tentar me derrubar. Quem manda é o Juvenal." —, mas foi mantido. Menos de um mês depois, no final de junho, uma oferta para treinar um time do Catar balançou-o. Ele acabou por recusar a oferta depois de ouvir de Juvenal que tinha a garantia de poder trabalhar até o final do ano. "É como um casal", disse Muricy à época. "Só um pode fazer o que quiser e o outro tem de ser fiel? Essa postura tem de existir dos dois lados. Meu contrato nem tem multa. Só quis que fosse cumprido o que está lá."Mesmo após a conquista do tricampeonato brasileiro, a oposição a Muricy dentro do São Paulo por parte de alguns diretores continuou, o que se agravou com a derrota para o Corinthians nas semifinais do Paulistão de 2009. Sua relação com os jogadores foi-se deteriorando, e o técnico não resistiu à eliminação frente ao Cruzeiro pela Libertadores, em 18 de junho: na noite do dia seguinte foi demitido por Juvêncio. "Fizemos grandes contratações para a Libertadores", explicou o dirigente João Paulo de Jesus Lopes ao JT. "Não é nenhum demérito a ele, mas chegou o momento de mudança." Seu substituto foi Ricardo Gomes.
Pouco mais de um mês depois, em 21 de julho, o presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, anunciou em seu twitter a contratação de Muricy para treinar o time do Palestra Itália em substituição ao interino Jorginho. A contratação deu-se após muitos dias de negociação, inclusive com o próprio Belluzzo anunciando o descarte do treinador por conta do alto salário exigido. O Palmeiras chegou a ser líder disparado do Brasileirão 2009, mas o sonho caiu por terra com seguidas derrotas, e até a vaga na Libertadores foi perdida na última rodada do campeonato.
Mesmo assim Muricy Ramalho emplacou 2010 no Palestra Itália, garantido por Belluzzo, apesar de o vice-presidente de futebol Gilberto Cipullo ter pedido sua demissão. Mas depois de um começo ruim no Campeonato Paulista, ele começou a ser questionado. Para Daniel Piza, colunista do jornal O Estado de S. Paulo, Muricy "jamais se encaixou na cultura do clube", e sob seu comando "o time passou a jogar de modo mais opaco".[41] Em 18 de fevereiro de 2010 veio a gota d'água: após o Palmeiras ter sido goleado pelo São Caetano por 4 a 1 em pleno Palestra Itália, Muricy Ramalho foi demitido do comando do time alviverde. O técnico encerrou seus oito meses de Palmeiras com treze vitórias, onze empates e dez derrotas em 34 jogos. Como tinha contrato até dezembro, fez um acordo em que receberá metade do salário até lá. Por meio de nota, declarou: "Agradeço o apoio da torcida, que colaborou e sempre me apoiou. Foi um lugar excelente para trabalhar. Não tenho queixas, mas o futebol é assim mesmo."
Cerca de dois meses após sua demisão no Palmeiras, em 27 de abril, apresentou-se ao Fluminense como novo técnico do clube.
Em 23 de julho de 2010, foi convidado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), afim de tornar-se o técnico da Seleção Brasileira, após a demissão do ex-técnico Dunga, mas ainda aguarda a liberação pelo Fluminense. Caso se junte à Seleção Brasileira, o trabalho visará a Copa de 2014, no Brasil
Muricy Ramaho como jogador de futebol
Muricy defendeu na década de 1970 as cores do São Paulo, onde jogou 177 partidas, marcando 26 gols. Atuou como meia, ponta de lança, jogando ao lado de Pedro Rocha e Chicão. Com longos cabelos e futebol refinado, foi saudado pela imprensa paulista como mais um dos sucessores de Pelé. Nesta passagem, foi treinado por nomes como José Poy e Rubens Minelli.
Palmeirense quando criança, em 1965 foi levado por Valdemar Carabina, amigo do pai de Muricy, para o São Paulo. Era tão elogiado quando estava no Infantil que, em 1969, só a sua presença no time do São Paulo que decidiria o campeonato dos dentes-de-leite fez 20 mil pessoas lotar o Estádio Nicolau Alayon, campo do Nacional. Em 1971, com o São Paulo sob o comando de Oswaldo Brandão, treinou pela primeira vez entre os profissionais, mas só fez sua estréia dois anos depois, em 22 de agosto de 1973, em um amistoso contra o União Bandeirante (empate em 0 a 0), depois de alguns meses emprestado ao Pontagrossense. Sua partida seguinte foi também sua primeira partida oficial, em 10 de novembro, no empate em 2 a 2 contra o Coritiba, pelo Campeonato Brasileiro de 1973.
No ano seguinte, não teve muitas chances na equipe, o que o levou a tomar uma "resolução de ano novo". "Agora você vão ver o que vai acontecer", avisava. "Vem aí o Muricy 75." De fato, em 1975 Muricy estourou. Ganhou peso, passando de 64 para 68 quilos, e foi um dos principais jogadores da conquista do Campeonato Paulista de 1975, sendo considerado a maior revelação do torneio, apesar de ter marcado apenas quatro gols, menos até que o volante Chicão. Ao longo de todo o campeonato, ficou fora de três jogos por contusão e de um porque o técnico Poy decidira poupar os titulares. Entretanto, na decisão contra a Portuguesa, Muricy foi expulso ainda no primeiro tempo, justamente quando era o melhor jogador em campo, por uma entrada dura em Dicá logo depois do gol da Portuguesa que eventualmente levaria o jogo para a prorrogação.
"É verdade que Muricy não atingiu Dicá", disse o árbitro Dulcídio Wanderley Boschilia depois do jogo. "Mas a violência do lance exigiu o cartão vermelho." Muricy foi ao vestiário adversário pedir desculpas a Dicá e lá descobriu que não tinha machucado o adversário. "Eu estava pensando que minha falta tinha sido mais dura", admitiu o jogador. "O Dicá fez mais encenação, a dor foi mesmo muito pequena. Como o juiz estava longe, acabou me expulsando." De qualquer maneira, não conseguiu assistir ao resto da partida e chorou muito no vestiário até o fim do jogo, quando foi procurado por seus colegas de time para comemorar. Perdoado também pela torcida, foi carregado e teve seu nome cantado nas comemorações.
Nessa época, o cabelo comprido de Muricy chamava a atenção não só por destoar dos demais como também por ser criticado pelo técnico Poy. O jogador chegou a se afastar dos treinos por dez dias depois de brigar para não cortar o cabelo. Na volta, como marcou gols, resolveu "não cortar nunca mais"."Eu era cabeludo, não rebelde", lembraria Muricy em 2008. "Nunca fui rebelde. Sempre obedeci os técnicos."
Ainda naquele ano, Valdemar Carabina profetizava que Muricy seria o titular da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1978. O problema é que 1976 foi um mau ano tanto para o meia como para o São Paulo. E 1977, foi pior ainda. Na final do primeiro turno do Campeonato Paulista, em 18 de maio, Muricy torceu o joelho direito em uma de suas primeiras jogadas depois de substituir Pedro Rocha no segundo tempo. Ele sentiu uma dor enorme que já indicava o prognóstico pessimista feito pelo médico do clube logo em seguida. No dia seguinte, falava-se em três meses sem treinar,[11] mas a volta de Muricy aos gramados só se daria mais de um ano depois, em 4 de junho de 1978.
Por causa dessa contusão, ele ficou de fora de toda a campanha do título do Campeonato Brasileiro de 1977, embora tenha ajudado como lhe era possível. Serginho, artilheiro do time, tinha sido suspenso às vésperas da final contra o Atlético-MG e por isso não viajou com a delegação para Belo Horizonte. Mas no dia da partida o presidente do São Paulo, Henri Aidar, ligou para Muricy e pediu que ele fosse à casa de Serginho buscá-lo e levasse-o ao aeroporto, onde pegaria um vôo fretado para a capital mineira, a fim de fazer pressão psicológica sobre os atleticanos, que tentavam escalar o também suspenso Reinaldo. A chegada de Serginho inquietou os adversários, que se decidiram por não escalar seu atacante e entraram nervosos em campo.
Nessa época, muitos já o consideravam acabado para o futebol, mas ele seguia indo ao clube para assistir a treinos e jogos, algo incomum para um jogador contundido. Quando voltou a jogar, ainda tinha medo das jogadas mais duras, e entrou em poucas partidas, nenhuma delas como titular. Não chegou sequer a ser cogitado para a Copa do Mundo prevista por Valdemar. "Essa é a minha maior frustração", confessaria, em 2007, à revista Veja São Paulo. "Era a minha oportunidade", diria, em 2010, ao jornal O Globo. "Faltava um ano, e com certeza eu iria. Não ia ser titular, porque o titular era o meu ídolo Zico, eu ia ser reserva dele. Já estava bom."O primeiro jogo que começou foi só em 10 de dezembro, contra o Corinthians, e só na partida seguinte, contra a Ferroviária, é que atuou durante todos os noventa minutos. Sem conseguir se firmar novamente no time titular, chegou a ser cobiçado pelo Santos, mas o São Paulo pediu alto e não liberou seu passe. "Eles quase não usam o garoto", reclamou um dirigente santista à revista Placar. "Mas na hora de lhe dar uma chance pedem esse dinheirão."
Seu último jogo pelo São Paulo foi em 25 de julho de 1979, pelo Campeonato Paulista, uma derrota por 2 a 0 para o Guarani no Estádio do Pacaembu, em que entrou no segundo tempo. Após deixar o clube, atuou pelo Puebla, do México. Entretanto, teve sua carreira de atleta abreviada devido a uma seqüência de contusões e aposentou-se em 1985, aos 30 anos.
Palmeirense quando criança, em 1965 foi levado por Valdemar Carabina, amigo do pai de Muricy, para o São Paulo. Era tão elogiado quando estava no Infantil que, em 1969, só a sua presença no time do São Paulo que decidiria o campeonato dos dentes-de-leite fez 20 mil pessoas lotar o Estádio Nicolau Alayon, campo do Nacional. Em 1971, com o São Paulo sob o comando de Oswaldo Brandão, treinou pela primeira vez entre os profissionais, mas só fez sua estréia dois anos depois, em 22 de agosto de 1973, em um amistoso contra o União Bandeirante (empate em 0 a 0), depois de alguns meses emprestado ao Pontagrossense. Sua partida seguinte foi também sua primeira partida oficial, em 10 de novembro, no empate em 2 a 2 contra o Coritiba, pelo Campeonato Brasileiro de 1973.
No ano seguinte, não teve muitas chances na equipe, o que o levou a tomar uma "resolução de ano novo". "Agora você vão ver o que vai acontecer", avisava. "Vem aí o Muricy 75." De fato, em 1975 Muricy estourou. Ganhou peso, passando de 64 para 68 quilos, e foi um dos principais jogadores da conquista do Campeonato Paulista de 1975, sendo considerado a maior revelação do torneio, apesar de ter marcado apenas quatro gols, menos até que o volante Chicão. Ao longo de todo o campeonato, ficou fora de três jogos por contusão e de um porque o técnico Poy decidira poupar os titulares. Entretanto, na decisão contra a Portuguesa, Muricy foi expulso ainda no primeiro tempo, justamente quando era o melhor jogador em campo, por uma entrada dura em Dicá logo depois do gol da Portuguesa que eventualmente levaria o jogo para a prorrogação.
"É verdade que Muricy não atingiu Dicá", disse o árbitro Dulcídio Wanderley Boschilia depois do jogo. "Mas a violência do lance exigiu o cartão vermelho." Muricy foi ao vestiário adversário pedir desculpas a Dicá e lá descobriu que não tinha machucado o adversário. "Eu estava pensando que minha falta tinha sido mais dura", admitiu o jogador. "O Dicá fez mais encenação, a dor foi mesmo muito pequena. Como o juiz estava longe, acabou me expulsando." De qualquer maneira, não conseguiu assistir ao resto da partida e chorou muito no vestiário até o fim do jogo, quando foi procurado por seus colegas de time para comemorar. Perdoado também pela torcida, foi carregado e teve seu nome cantado nas comemorações.
Nessa época, o cabelo comprido de Muricy chamava a atenção não só por destoar dos demais como também por ser criticado pelo técnico Poy. O jogador chegou a se afastar dos treinos por dez dias depois de brigar para não cortar o cabelo. Na volta, como marcou gols, resolveu "não cortar nunca mais"."Eu era cabeludo, não rebelde", lembraria Muricy em 2008. "Nunca fui rebelde. Sempre obedeci os técnicos."
Ainda naquele ano, Valdemar Carabina profetizava que Muricy seria o titular da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1978. O problema é que 1976 foi um mau ano tanto para o meia como para o São Paulo. E 1977, foi pior ainda. Na final do primeiro turno do Campeonato Paulista, em 18 de maio, Muricy torceu o joelho direito em uma de suas primeiras jogadas depois de substituir Pedro Rocha no segundo tempo. Ele sentiu uma dor enorme que já indicava o prognóstico pessimista feito pelo médico do clube logo em seguida. No dia seguinte, falava-se em três meses sem treinar,[11] mas a volta de Muricy aos gramados só se daria mais de um ano depois, em 4 de junho de 1978.
Por causa dessa contusão, ele ficou de fora de toda a campanha do título do Campeonato Brasileiro de 1977, embora tenha ajudado como lhe era possível. Serginho, artilheiro do time, tinha sido suspenso às vésperas da final contra o Atlético-MG e por isso não viajou com a delegação para Belo Horizonte. Mas no dia da partida o presidente do São Paulo, Henri Aidar, ligou para Muricy e pediu que ele fosse à casa de Serginho buscá-lo e levasse-o ao aeroporto, onde pegaria um vôo fretado para a capital mineira, a fim de fazer pressão psicológica sobre os atleticanos, que tentavam escalar o também suspenso Reinaldo. A chegada de Serginho inquietou os adversários, que se decidiram por não escalar seu atacante e entraram nervosos em campo.
Nessa época, muitos já o consideravam acabado para o futebol, mas ele seguia indo ao clube para assistir a treinos e jogos, algo incomum para um jogador contundido. Quando voltou a jogar, ainda tinha medo das jogadas mais duras, e entrou em poucas partidas, nenhuma delas como titular. Não chegou sequer a ser cogitado para a Copa do Mundo prevista por Valdemar. "Essa é a minha maior frustração", confessaria, em 2007, à revista Veja São Paulo. "Era a minha oportunidade", diria, em 2010, ao jornal O Globo. "Faltava um ano, e com certeza eu iria. Não ia ser titular, porque o titular era o meu ídolo Zico, eu ia ser reserva dele. Já estava bom."O primeiro jogo que começou foi só em 10 de dezembro, contra o Corinthians, e só na partida seguinte, contra a Ferroviária, é que atuou durante todos os noventa minutos. Sem conseguir se firmar novamente no time titular, chegou a ser cobiçado pelo Santos, mas o São Paulo pediu alto e não liberou seu passe. "Eles quase não usam o garoto", reclamou um dirigente santista à revista Placar. "Mas na hora de lhe dar uma chance pedem esse dinheirão."
Seu último jogo pelo São Paulo foi em 25 de julho de 1979, pelo Campeonato Paulista, uma derrota por 2 a 0 para o Guarani no Estádio do Pacaembu, em que entrou no segundo tempo. Após deixar o clube, atuou pelo Puebla, do México. Entretanto, teve sua carreira de atleta abreviada devido a uma seqüência de contusões e aposentou-se em 1985, aos 30 anos.
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